Jornal Nacional: Globo usa mensagem do comandante do Exército para ameaçar STF

William Bonner encerrou a edição desta terça-feira (3), às vésperas do julgamento do habeas corpus de Lula no STF, com uma notícia "de última hora": ele leu o tweet do General Villas Bôas dizendo que o Exército repudia a "impunidade" e que está "atento às suas missões institucionais"

Foto: Reprodução/TV Globo
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No dia que antecede o julgamento do habeas corpus que pode garantir a liberdade ao ex-presidente Lula, o editor do Jornal Nacional, da Globo, William Bonner, encerrou a edição com uma notícia em tom de ameaça aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF): ele leu, ao vivo, dois tuítes do general Villas Bôas, comandante do Exército Brasileiro, em que repudia a "impunidade" e diz que o Exército está "atento às suas missões institucionais" , em uma clara sinalização de intervenção caso o STF não negue o habeas corpus ao petista. "Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais? (...) Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais", escreveu Villas Bôas nos dois tuítes lidos por Bonner. [caption id="attachment_129714" align="aligncenter" width="487"] Reprodução/Twitter[/caption] Ao longo do dia, ocorreram pelo país dezenas de manifestações em prol da prisão de Lula e, diante da baixa adesão da população, a Globo tentou amplificar os protestos. Com o pífio engajamento popular desta terça-feira (3) na defesa da prisão do petista, a emissora, a mesma que apoiou a ditadura militar no Brasil, agora usa as Forças Armadas, mais uma vez, para ameaçar a democracia. Mais cedo, um general da reserva do Exército também se pronunciou no mesmo sentido que Villas Bôas e garantiu que “se o STF permitir que Lula se eleja, haverá intervenção militar".