Jornalista monta ligação de Queiroz com Capitão Adriano, ex-Bope, chefe de Ronnie Lessa no Escritório do Crime

Igor Mello refez o caminho com uma série de reportagens - a maioria de jornalismo investigativo, de informações que não fazem parte do processo - sobre a ligação de Queiroz com o capitão Adriano, que chefiou o Escritório do Crime ao qual o executor de Marielle Franco, Ronnie Lessa, estaria subordinado

Adriano da Nóbrega, Flávio Bolsonaro e Queiroz (Montagem/Reprodução)
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Em uma sequência de tuítes na noite desta terça-feira (29), o jornalista Igor Mello, do portal Uol, refez o caminho com uma série de reportagens - a maioria de jornalismo investigativo, de informações que não fazem parte do processo - sobre a ligação do ex-assessor do clã Bolsonaro, Fabrício Queiroz, com o capitão Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-Bope, que chefiou o Escritório do Crime, grupo armado da milícia de Rio das Pedras ao qual o executor de Marielle Franco, o também ex-PM Ronnie Lessa, estaria subordinado. "Sem querer biscoito, mas praticamente nada do que está nesse fio veio de autoridades da polícia e do MP. Foi trabalho suado de muitos jornalistas que investigaram a fundo o Caso Queiroz e a morte de Marielle Franco. Não à toa, a live do presidente teve ataques irados à imprensa", ressaltou Mello. Em fevereiro, reportagem do Jornal O Globo revelou que Flávio Bolsonaro empregou durante anos Raimunda Veras Magalhães, mãe do ex-capitão do Bope, considerado um dos maiores assassinos de aluguel do Rio, apontado pelo MP como chefe da milícia do Rio das Pedras. Raimunda foi uma das assessoras do gabinete de Flávio que passaram dinheiro para Queiroz, de acordo com o relatório do Coaf. "Há fortíssimos indícios de que ela era funcionária fantasma", declarou o jornalista. Segundo o jornalista, a mãe de Adriano é sócia de um restaurante no Rio Comprido, que fica em frente à agência do Itaú onde houve mais depósitos em dinheiro vivo na conta de Queiroz. Foram R$ 91 mil em um ano. Além das nomeações de parentes, Capitão Adriano recebeu, em 2005, a Medalha Tiradentes, maior honraria do estado, de Flávio. Além de Adriano, apenas Queiroz recebeu a homenagem no mesmo dia. Dois anos antes, já havia recebido uma moção de aplausos ao lado de seus colegas de serviço no 16° BPM (Olaria). "Eles eram conhecidos como a guarnição do mal e foram ligados a sequestro, tortura, extorsão e assassinato", diz Mello. Em 2005, Adriano também foi defendido no plenário da Câmara Federal por Jair Bolsonaro, dias após ter tido condenado em primeira instância por homicídio. Segundo Mello, tudo isso precisa ser esclarecido, mas o processo está parado no Supremo Tribunal Federal (STF) por decisão do presidente da corte, Dias Toffoli. "A decisão de Toffoli foi dada no plantão judiciário, horas depois de o pedido ser protocolo pelo advogado de Flávio. Estavam na fila 42 pleitos do mesmo tipo neste processo, mas só o do filho 01 do presidente mereceu urgência", finaliza o jornalista. Leia a sequência no Twitter de Igor Mello