Juiz de Curitiba autoriza uso de força policial contra a Vigília Lula Livre 

Mandado determina que oficial de Justiça verifique se a estrutura da vigília descumpre as regras impostas anteriormente e, em caso negativo, libera o uso de força policial para remover barracas e estruturas; organização da vigília divulgou nota rebatendo 

(Foto: Eduardo Matysiak)
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A organização da Vigília Lula Livre, mobilização que envolve o PT, centrais sindicais, movimentos sociais e apoiadores de Lula que estão em constante mobilização em Curitiba (PR) desde a prisão do ex-presidente, divulgou uma nota nesta quarta-feira (20) respondendo ao mandado assinado pelo juiz Jailton Juan Carlos Tontini, da 3ª Vara da Fazenda Pública, autorizando o uso da força policial para remover barracas e estruturas da vigília. O mandado, expedido na segunda-feira (18), determina que um oficial de Justiça verifique se a manutenção das estruturas descumpre ordem anterior da Justiça, que havia imposto limites geográficos para a mobilização e colocado regras de horários com relação às atividades diárias que são realizadas. A determinação diz que se as regras não estiverem sendo cumpridas, o oficial poderá, "com o auxílio da forma policial já deferida, remover quaisquer barracas, tendas, estruturas ou similares que estejam nas vias públicas”. A vigília fica no bairro de Santa Cândida, nos arredores da superintendência da Polícia Federal, onde Lula está preso há mais de dois meses. Na nota, a organização da vigília informa que já se readequou às solicitações anteriores da Justiça e ressalta que vai continuar exercendo seu direito de manifestação.   Confira a íntegra. Sobre o mandado do dia 18 de junho, assinado pelo juiz Jailton Juan Carlos Tontini, que pede a remoção das quatro tendas da Vigília Lula Livre a partir de uso de força policial, as organizações que integram a Vigília Lula Livre afirmam que: - Nesta semana fizemos um esforço para adequar a estrutura da vigília, de maneira a atender as autoridades, mas mantendo nosso direito de denunciar a prisão política do ex-presidente Lula. - Com isso, reorganizamos o espaço, que permanece agora com apenas duas tendas no local. Exigimos das autoridades a manutenção da Vigília e o direito a permanecer com essa estrutura mínima para atender nosso principal contato com a sociedade, que é a solidariedade e recepção diária de doações. - Afirmamos que seguiremos, dentro dos acordos feitos com a Secretaria de Segurança Pública e no horário combinado, entre 9h e 19h30, fazendo as atividades na Vigília, no espaço que batizamos de Olga Benário, respeitando os limites do interdito, de onde fazemos o bom dia presidente Lula, boa tarde e boa noite, além de atividades de debates e programação cultural, para as quais a sociedade está sempre convidada. - Sempre pedimos desculpas à vizinhança pelos possíveis incômodos. Recebemos apoios de vários moradores e respeitamos aqueles que não apoiam nosso movimento. Diante deste que é o principal fato político nacional, seguiremos em vigília, sempre buscando o diálogo e um termo para a melhor relação com a comunidade. - O judiciário, por sua vez, não pode ser conivente em alguns casos de espaços políticos que já aconteceram na cidade durante meses e, ao mesmo tempo, ser autoritário com a Vigília Lula Livre, que está constantemente aberta ao melhor formato para não prejudicar a comunidade. - A importância da Vigília é tal que por aqui já passaram nomes de respeito da política nacional e internacional como o prêmio Nobel Adolfo Pérez Esquivel, o ator Danny Glover, a atriz Lucélia Santos, o frei Leonardo Boff, entre tantos outros, e teremos na quinta (21) a presença do ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica. - Alcançamos quase 80 dias de Vigília buscando o diálogo com a sociedade, com o judiciário e com o poder público, mas sempre mostrando que a cada tentativa de agressão, supressão de direitos de Lula e dos movimentos populares, é a democracia em nosso país que está sendo atacada. - Nossa resistência segue firme! Vigília Lula Livre Curitiba, 20 de junho de 2018.