O juiz Charles Renaud Frazão de Morais, responsável pela liminar que impede que o senador Renan Calheiros (MDB-AL) assuma a relatoria da CPI do Genocídio, já foi investigado no caso conhecido como Mensalão da Toga.
Renaud, ex-presidente da Associação dos Juízes Federais da 1ª Região (Ajufer), e mais seis pessoas foram acusados pelo Ministério Público Federal (MPF) de prática dos crimes de gestão fraudulenta, falsidade material e ideológica, apropriação indébita e lavagem de dinheiro.
Em 2010, veio à tona que juízes federais se envolveram na obtenção de empréstimos fraudulentos realizados entre a Fundação Habitacional do Exército (FHE-Poupex) e a Ajufer, durante os anos de 2000 a 2009. O MP calculou que o prejuízo ultrapassava R$ 20 milhões.
Primeira instância
Nesta segunda (26), Renaud atendeu à deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) e providenciou a liminar que impede Renan Calheiros de ser o relator da CPI, que vai apurar as omissões do governo Jair Bolsonaro na gestão da pandemia da Covid-19.
A decisão do juiz, em primeira instância, leva em conta o fato de o senador ser pai do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), o que, segundo a decisão, poderia prejudicar as investigações sobre repasses de verbas federais aos estados.