Juliano Medeiros e Boulos, do PSOL, criticam chapa Lula-Alckmin

PSOL deve apoiar candidatura de Lula à presidência, mas pressiona para que o vice escolhido não seja alguém como o ex-governador de São Paulo

Lula conversa com Juliano Medeiros, presidente do PSOL (Reprodução/Facebook)Créditos: Ricardo Stuckert
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Rejeitada por alguns petistas, a possibilidade de Lula (PT) firmar uma aliança com Geraldo Alckmin (sem partido) como seu candidato a vice para concorrer à presidência também vem sendo criticada por figuras do PSOL. O presidente da legenda, Juliano Medeiros, foi às redes sociais nesta terça-feira (18) para "defender a unidade das esquerdas" nas eleições.

"Essa unidade deve ser representada por uma chapa que expresse o desejo de mudanças e a superação do neoliberalismo. Geraldo Alckmin não represente nenhuma das duas coisas", escreveu Medeiros.

O PSOL deve apoiar a candidatura de Lula, mas pressiona para que o ex-presidente não escolha um candidato a vice como o ex-governador de São Paulo. Em dezembro de 2021, Juliano Medeiros já havia feito essa crítica. O dirigente, através das redes sociais, havia resgatado uma frase de Alckmin dita em 2018.

“O PT gastou R$ 1,4 bilhão para eleger Dilma. Maior parte era dinheiro da corrupção. A propina para a campanha de Dilma foi acertada por Lula em reunião. Um país feliz de novo, só se for para os corruptos. Se o PT voltar, a corrupção vai continuar", disse Alckmin na declaração trazida pelo psolista.

Logo após, Medeiros perguntou: "E aí? Dá pra confiar em quem reproduzia essa narrativa em 2018, depois da prisão de Lula? Dá pra confiar em quem colocou delação de Palocci no programa de TV para atacar a campanha de Haddad e Manuela? Unidade para derrotar Bolsonaro sim, mas não com quem sustentou o golpe".

Boulos: "Lula, sim; Alckmin, não"

Em artigo publicado na noite desta segunda-feira (18) no jornal Folha de S. Paulo, Guilherme Boulos, que foi candidato à presidência (2018) e à prefeitura de São Paulo (2020) pelo PSOL, defendeu a candidatura de Lula à presidência, mas rechaçou, assim como o presidente de sua sigla, uma possível chapa do petista com Alckmin.

Ao longo do texto, Boulos relembrou pontos que marcaram negativamente a gestão de Alckmin como governador de São Paulo, como a chacina do Pinheirinho e o sucateamento da educação, e afirmou que "política deve ser feita com grandeza e capacidade de diálogo", ponderando, no entanto, que não deve existir "esquecimento".

"Neste ano, temos o desafio de derrotar Bolsonaro, e não tenho dúvidas de que Lula é quem tem melhor condição de enfrentá-lo. Mas precisamos derrotar também a agenda política antipopular e de retirada de direitos, da qual Alckmin é sócio", pontuou.

Boulos deve ser candidato ao governo de São Paulo, enquanto o PT, no estado, terá a candidatura de Fernando Haddad.