Justiça proíbe governo Bolsonaro de atentar contra a dignidade de Paulo Freire

Alvo de Bolsonaro e seus apoiadores, Paulo Freire faria 100 anos no próximo domingo, 19 de setembro, e é um dos pensadores brasileiros de maior influência no mundo acadêmico

O educador Paulo Freire - Foto: Reprodução/TV UFMG
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A juíza Geraldine Vital, da Justiça Federal do Rio de Janeiro, proibiu em decisão proferida nesta quinta-feira (16) que o governo Jair Bolsonaro (Sem partido) pratique "qualquer ato institucional atentatório à dignidade do Professor Paulo Freire na condição de Patrono da Educação Brasileira".

A decisão atende a uma ação proposta pelo Movimento Nacional De Direitos Humanos, com apoio de várias organizações da sociedade civil.

"Ante o exposto, por evidenciada a urgência contemporânea à propositura da ação, aliado ao perigo de dano e risco ao resultado útil do processo, defiro a tutela de urgência para determinar que a União Federal, e quem a represente a qualquer título, abstenha-se de praticar qualquer ato institucional atentatório a dignidade do Professor Paulo Freire na condição de Patrono da Educação Brasileira, como reconhecido pela Lei º 12.612/12", diz a sentença, divulgada nas redes sociais pelo MNDH.

Um dos principais alvos de Jair Bolsonaro e seus apoiadores, que o culpam pela "doutrinação comunista" nas escolas, Paulo Freire faria 100 anos no próximo domingo, dia 19.

O educador é um dos pensadores mais citados em trabalhos acadêmicos em todo o mundo. Freire foi ainda o brasileiro mais homenageado da história, com pelo menos 35 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades da Europa e América; e recebeu diversos galardões como o prêmio da UNESCO de Educação para a Paz em 1986.

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