Líder do PDT diz que não foi contatado por Ciro Gomes e coloca cargo à disposição

"Não recebi um telefonema, um e-mail. Nada", afirmou Wolney Queiroz. Repercussão negativa da posição do PDT na votação da PEC dos Precatórios fez Ciro colocar sua pré-candidatura à Presidência “em suspenso”.

Wolney Queiroz, líder do PDT na Câmara (Foto: Alexandre Amarante/PDT na Câmara)
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Líder do PDT na Câmara, Wolney Queiroz (PE) afirmou, em uma mensagem enviada à sua bancada, que não recebeu nenhum contato de Ciro Gomes (CE) para falar sobre a PEC dos Precatórios e que o partido formou maioria para votar a favor da proposta.

O PDT recebeu muitas críticas nesta quinta-feira (4) por ter sido o único partido da oposição a se manifestar a favor do projeto apoiado pelo governo de Jair Bolsonaro (Sem Partido). A repercussão fez, inclusive, Ciro colocar sua pré-candidatura à Presidência “em suspenso”.

"Importante ressaltar uma coisa: a votação dessa PEC 23 (Precatórios) era assunto predominante nos noticiários em todas as TVs, portais, blogs e jornais do Brasil. A imprensa especializada já anunciava que PDT e PSB poderiam votar a favor da PEC. Apesar disso, não recebi do presidente Ciro um telefonema, um e-mail, uma mensagem, um recado. Nada. Rigorosamente nenhuma orientação", escreveu Wolney Queiroz no texto para sua bancada.

Ele afirmou, ainda, que o deputado André Figueiredo (PDT-CE), aliado de Ciro e que votou contra a PEC, esteve à frente das tratativas, que contaram com amplo debate e ponderações, e que ele chegou a almoçar com o presidente do partido, Carlos Lupi, "cientificando-se da tendência que se avizinhava".

Segundo Queiroz, foi feita uma reunião da bancada com dirigentes nacionais da Frente Norte Nordeste em Defesa da Educação - "que pertencem ao PCdoB" - onde receberam sinal positivo para negociar o pagamento de precatórios para a categoria, com garantia de percentuais de 40%, 30% e 30% entre 2022 e 2024.

Conforme adiantado nesta quinta, o grupo foi levado ao partido por Idilvan Alencar (PDT-CE), especializado em educação, que defendeu o voto a favor da PEC, mas no momento da votação, se posicionou contra.

O líder do partido também disse que foi negociado com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a garantia de votação de um projeto de lei e uma emenda constitucional para assegurar o pagamento da dívida com os professores. O assunto foi, inclusive, levado ao senador Cid Gomes (PDT-CE), irmão de Ciro, pelos pedetistas cearenses, e também ao governador do estado, Camilo Santana (PT).

"Não o tenho detalhes dos termos da conversa mas voltaram com a concordância do senador Cid (PDT) e do governador Camilo (PT), que lá estavam". De acordo com ele, houve um recuo de parte do PSB após o presidente do partido, Carlos Siqueira, pedir que a bancada votasse contra a PEC.

"Iniciamos a votação isolados na oposição. Porém, nada mais poderia ser feito. Não temos por hábito decidir nossos votos pela orientação do PT e seus coligados. Nem tenho costume de descumprir o que foi combinado. O cumprimento dos acordos é regra de ouro do Parlamento", escreveu Queiroz.

"Reitero que o posto de líder está à disposição dos deputados e deputadas, bem como à disposição da direção nacional do partido", finalizou na mensagem.