Lideranças progressistas criticam retirada de escolta de Marcelo Freixo

Para o teólogo e escritor Leonardo Boff, “Tirar escolta de Freixo, sempre ameaçado pela milícia, é dar ocasião para que haja outra Marielle”

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[caption id="attachment_130485" align="alignnone" width="800"] Leonardo Boff: "É isso que o Estado quer? Ele se torna co-responsável se algo ocorrer a Freixo. Minha total solidariedade" - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil[/caption] Várias lideranças progressistas se posicionaram contrárias à iniciativa da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, que retirou os quatro policiais militares que faziam escolta do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL). O parlamentar recebeu, ao longo dos anos, uma série de ameaças, após presidir a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Milícias, em 2008, que investigava a atuação de milicianos e suas articulações com o Poder Público. O teólogo e escritor Leonardo Boff, por exemplo, afirmou o seguinte: “Tirar a escolta a Freixo, sempre ameaçado pela milícia é dar ocasião para que haja outra 'Marielle' outro 'Anderson'. É isso que o Estado quer? Ele se torna co-responsável se algo ocorrer a Freixo. Minha total solidariedade”, escreveu ele, nesta terça-feira (17), em sua conta no Twitter. O senador Lindbergh Farias (PT) escreveu: “É um absurdo! Freixo tem toda a minha solidariedade e não podemos admitir essa irresponsabilidade! Freixo vive há 10 anos sob escolta policial em razão de ameaças à sua vida desde que presidiu a CPI das milícias”. Tarso Genro (PT), por sua vez, postou: “Solidariedade total a Marcelo Freixo. É uma irresponsabilidade e uma ameaça tirarem a escolta de quem enfrentou as milícias!”. Dois dos policiais cuidavam da segurança pessoal de Freixo e outros dois asseguravam a escolta do delegado Vinícius George, que atuou como braço direito nas investigações da CPI. O relatório final da CPI das Milícias pediu o indiciamento de 225 políticos, policiais, agentes penitenciários, bombeiros e civis. Em relação ao assassinato da socióloga e ex-vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do seu motorista, Anderson Gomes, no dia 14 de março, a suspeita mais forte é de crime político. Marielle também era ativista de direitos humanos e vinha denunciando a truculência policial contra as populações marginalizadas. Segundo o Brasil 247, o ministro Extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse nesta segunda-feira (16) que a linha para explicar os assassinatos é a atuação de milícias. “Uma ou duas pistas praticamente fechadas. E digo que, talvez hoje, apenas uma. Os investigadores têm caminhado bastante. E, até aqui, remete à atuação de milícias no Rio”, afirmou à Rádio CBN.