Lira diz que "Bolsonaro vai pagar" por fake news sobre vacina e AIDS

Presidente da Câmara, que está sentado sobre 139 pedidos de impeachment do chefe do Executivo e não faz nada para removê-lo do cargo, afirmou que, se a mentira grotesca não tiver “base científica”, mandatário será punido

Jair Bolsonaro e Arthur Lira (Foto: Redes sociais)Créditos: Reprodução/Instagram
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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta segunda-feira (25) que o presidente Jair Bolsonaro “vai pagar” se a esdrúxula fake news proferida pelo chefe de Estado brasileiro que ligou a vacinação contra a Covid à AIDS “não tiver base científica”.

“Se ele (Bolsonaro) não tiver nenhuma base científica, ele vai pagar sobre isso”, disse o deputado, durante uma coletiva em São Paulo num evento sobre agronegócio. Lira, como chefe da Câmara, é o único que pode dar início a um processo de impeachment contra o presidente da República, mas ele nem dá sinais de que fará, já que ignora 139 pedidos de afastamento de Bolsonaro.

Na última quinta-feira (21), em sua habitual live noturna, o presidente afirmou que “relatórios oficiais do governo britânico mostraram que os totalmente vacinados estão desenvolvendo AIDS”.

"Só vou dar notícia, não vou comentar. Já falei sobre isso no passado, apanhei muito... Vamos lá: relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados... Quem são os totalmente vacinados? Aqueles que depois da segunda dose né... 15 dias depois, 15 dias após a segunda dose, totalmente vacinados... Estão desenvolvendo Síndrome da Imunodeficiência Adquirida muito mais rápido do que o previsto. Portanto, leiam a matéria, não vou ler aqui porque posso ter problema com a minha live", afirmou Bolsonaro, para incredulidade de todos.

A mentira, de tão grotesca, foi motivo para a retirada da live do presidente do Facebook e do Instagram. Um porta-voz das empresas, que pertencem ao mesmo grupo, disse que "Nossas políticas não permitem alegações de que as vacinas de Covid-19 matam ou podem causar danos graves às pessoas".