Luana Araújo diz que "maiores talentos" não querem trabalhar no governo Bolsonaro e que sofreu ameaças

"Eu como vários infectologistas desse país sofremos desde o começo da pandemia diversas ameaças. De 'não saiam de casa', 'tomara que você e sua mãe morram'", afirmou a médica, que se demitiu após nove dias no governo, na CPI do Genocídio

Luana Araújo (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)
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A médica Luana Araújo, que deixou o governo dias após ser anunciada secretária de enfrentamento à Covid-19 pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, criticou a "politização" que, segundo ela, está afugentando os "maiores talentos" para se trabalhar no enfrentamento à pandemia no governo Jair Bolsonaro.

"Infelizmente, por tudo que vem acontecendo, por essa polarização esdrúxula, essa politização incabível, os maiores talentos que temos para trabalhar nessas áreas não estavam à disposição para trabalhar nessa secretaria", afirmou a médica, em depoimento à CPI do Genocídio na manhã desta quarta-feira (2). "Não queriam trabalhar. Não estavam à diposição é: tenho coisas mais interessantes no momento", explicou.

Segundo Luana, o clima de negacionismo em torno da pandemia fez com que infectologistas do país sofressem ameaças desde o início da pandemia.

"Eu como vários infectologistas desse país sofremos desde o começo da pandemia diversas ameaças. De 'não saiam de casa', 'tomara que você e sua mãe morram', de isso e aquilo", afirmou.

Segundo ela, "isso é extremamente lamentável não pela minha segurança ou dos colegas, mas pela perda de oportunidade de educação do nosso povo, pela perda de transformação dessa dor enorme em oportunidade de crescimento".

https://youtu.be/HnIM2Tmk72Y