Lula destaca papel da mídia tradicional no golpe: “Grande fábrica de fake news”

“Não tem ninguém aqui da Globo, SBT, Record, mas foram convidados. Essa gente fica nervosíssima quando se fala em democratização da imprensa, regulamentação da imprensa, como se fosse anormal querer democratizar”, disse o ex-presidente

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Durante ato que lembrou os cinco anos do golpe que decretou o impeachment de Dilma Rousseff, nesta terça-feira (31), no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SP), o ex-presidente Lula adotou uma postura crítica em relação aos veículos de comunicação tradicionais. Ele começou destacando a ausência da grande imprensa no evento.

“Não tem ninguém aqui da Globo, SBT, Record, mas foram convidados. Essa gente, que não vem quando é convidada, fica nervosíssima quando se fala em liberdade de imprensa, democratização da imprensa, regulamentação da imprensa, como se fosse anormal querer democratizar”, afirmou o ex-presidente.

“A imprensa tem sempre razão”, ironizou. “Você não pode bater nela, porque senão os donos vão ficar zangados. O único controle que eles admitem é o controle remoto. O que foi o impeachment de 2016 senão a perpetuação de um comportamento favorável ao golpe?”, ressaltou Lula.

O ex-presidente lembrou as torturas sofridas por Dilma e voltou a enfatizar o quanto ambos foram alvos de um tratamento “indigno” que receberam da “Rede Globo, IstoÉ, Folha, Estadão,  entre outros”, veículos classificadas por ele como “grande fábrica de fake news”.

Lula também usou de bom humor: “Se a Globo me pedisse 30 segundos de desculpas, eu mostrava meu coxão e eles estariam perdoados pelo resto da vida”, disse, arrancando risadas da plateia.

Mentiras

Na avaliação do petista, o golpe foi construído com base na mentira, que eram as supostas “pedaladas” de Dilma.

O ex-presidente também criticou o comportamento de parte da elite, que mantém uma mentalidade escravista, que não deixa a classe trabalhadora subir um degrau na escala social.

“Nós não queremos que o pobre seja melhor do que o rico. Nós queremos que todos sejam iguais e tenham as mesmas oportunidades”, afirmou.

Lula reiterou as críticas à parte da elite brasileira. “Para eles, não deve ter dinheiro para subsidiar pobre. O dinheiro é para subsidiar o agronegócio. Eles não suportam quando a gente subsidia os pobres. Eles dizem que pobre não paga. Mas o rico tem dois prazeres: quando pede dinheiro emprestado e quando não paga”.