Lula fala sobre pandemia, educação e cita Paulo Freire em seminário da ONU

Fala do ex-presidente acontece dois dias após discurso mentiroso de Jair Bolsonaro na Assembleia Geral

Foto: Ricardo Stuckert
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Ao lado do ganhador do Prêmio Nobel da Paz Kailash Satyarthi, o ex-presidente Lula (PT) participou nesta quinta-feira (24) da abertura do webinário “Educação e as Sociedades Que Queremos”, organizado pela Organização do Mundo Islâmico para Educação, Ciência e Cultura (Icesco) em parceria com a ONU. Logo no início de sua fala, o petista prestou homenagem ao educador Paulo Freire e falou sobre os desafios da pandemia. Discurso ocorre apenas dois dias após a fala do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral das Nações Unidas.

"Neste mês de setembro, iniciamos as comemorações do centenário de nascimento do educador Paulo Freire. Foi meu amigo, nasceu na mesma região que eu, no estado de Pernambuco, e foi companheiro na criação do Partido dos Trabalhadores", disse Lula. "Será sempre lembrado pela contribuição que deu à libertação dos oprimidos, no Brasil e ao redor do mundo, por meio da educação", continuou.

Em seguida, após relembrar das políticas de seu governo no campo da educação, ressaltando as políticas de inclusão e acesso à universidade, Lula falou sobre os impactos da pandemia no aumento de desigualdades. "As estatísticas mostram que as maiores vítimas da pandemia no Brasil são pessoas negras, trabalhadores, moradores das favelas e periferias das grandes cidades. Não é muito diferente ao redor do mundo", afirma.

"É o estado, em última análise, que pode proporcionar recursos e organizar a sociedade para atravessar este momento tão difícil", continuou. "Esta é, a meu ver, uma grande lição que a pandemia está nos ensinando. O dogma do estado mínimo é apenas isso, um dogma, algo que não encontra explicação nem se justifica na vida real", disse o ex-presidente.

Bolsonaro na ONU

A ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) compartilhou um artigo em suas redes sociais nesta quarta-feira (23) apontando ao menos 12 mentiras ditas pelo presidente Jair Bolsonaro durante seu discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU. Para a petista, “o Brasil que Bolsonaro descreve não existe, e não existe por causa dele”.

Entre as falsificações levantadas por ela, está a afirmação de que o governo Bolsonaro pagou 1 mil dólares para 65 milhões de brasileiros por meio do auxílio emergencial. “Mesmo somadas, as parcelas do auxílio emergencial estarão longe de totalizar mil dólares. Se cumprir o que anunciou, o governo terá pago, até o fim de dezembro, 5 parcelas de R$ 600 e no máximo 4 parcelas de R$ 300. Isto totalizará, na melhor hipótese, R$ 4.200, muito abaixo de mil dólares, que são R$ 5.470”, afirma.

Outro trecho desmentido pela ex-presidenta culpa indígenas e caboclos pela propagação das queimadas florestais no Brasil. “Praticamente todos os casos de incêndios na Amazônia e no Pantanal identificados ou suspeitos de ação criminosa foram cometidos por fazendeiros, grileiros e invasores de terras públicas e reservas florestais e terras indígenas”, diz Dilma.

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