Lula truca e diz: "Haddad, não sei se você tá percebendo que vai ganhar o governo de SP"

Fala de Lula é uma sinalização de que PT não vai desistir da candidatura Haddad para apoiar Marcio França, o que seria uma das condições do PSB para emplacar Alckmin de vice na chapa presidencial

Lula e Fernando Haddad (Foto: Ricardo Stuckert)
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Durante o evento Natal dos Catadores, em São Paulo, nesta quarta-feira (22), o ex-presidente Lula (PT) "trucou" com relação às especulações sobre acordos eleitorais em São Paulo. Segundo o petista, Fernando Haddad (PT) vai ganhar a eleição para governo do estado.

"Haddad, não sei se você esta percebendo que você vai ganhar o governo do estado de São Paulo", disse Lula, olhando para Haddad.

Nas negociações para que Geraldo Alckmin seja candidato a vice de Lula na disputa presidencial, o ex-governador se filiaria ao PSB e uma das condições do partido seria o PT abrir mão da candidatura Haddad para apoiar Márcio França (PSB), que também é pré-candidato. A fala do ex-presidente desta quarta-feira, portanto, é uma sinalização de que PT não vai desistir da candidatura do ex-prefeito paulistano.

Pesquisas eleitorais apontam que Alckmin lidera a disputa pelo governo de São Paulo, enquanto Haddad aparece na segunda colocação. Em cenários sem o ex-governador no páreo, o petista lidera.

Gleisi: pesquisas podem definir entre Haddad ou França

A decisão sobre quem concorrerá ao governo de São Paulo em uma chapa única, se o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) ou o ex-governador Márcio França (PSB), poderá ser decidida por meio do desempenho em pesquisa eleitoral, de acordo com a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

“Tem que estabelecer um critério. Conversamos um pouco sobre isso. Um deles poderia ser a questão da pesquisa. Quem estiver na frente seria o candidato. As pesquisas têm indicado o Haddad na frente. Então, temos que chegar com esses critérios de definição”, afirmou Gleisi.

O assunto foi discutido em reunião entre o PT e o PSB nesta segunda-feira (20), que contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, que saiu do encontro queixando-se de que a aliança entre as legendas não pode se dar numa “relação de mão única”.

Gleisi acha que podem ter outros critérios. “Pesquisa é um bom critério, mas podemos ter outros complementares. Não chegamos a detalhar, até porque foi a primeira conversa”, disse. Em troca da adesão nacional a Lula, o PSB cobra apoio a seus pré-candidatos a governador em mais quatro Estados: Rio de Janeiro, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Espírito Santo. “Nem nós nem o PSB podemos querer tudo”, afirmou.

“Claro que tem ali em São Paulo uma tensão entre os partidos e as candidaturas. Ambas legítimas, tanto a do Márcio quanto a do Haddad”, reconhece Gleisi, ao comentar o risco de que uma costura mal feita possa prejudicar a criação da federação partidária.