"Lula não é um preso comum", diz deputada argentina que teve visita barrada

A deputada argentina Cecília Britto, presidente da Comissão de Direitos Humanos do Parlasul, falou sobre o veto da Justiça brasileira à visita de uma comitiva internacional ao ex-presidente. "Levanto a bandeira Lula livre. Vamos insistir em vê-lo"

Foto: Parlasul
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Nesta segunda-feira (7), a juíza Carolina Lebbos, responsável pela execução penal do ex-presidente Lula, publicou um despacho em que indefere um pedido da comissão de Direitos Humanos do Parlamento do Mercosul (Parlasul) de visitar o petista na superintendência da Polícia Federal em Curitiba. No pedido, deputados do Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela solicitaram a visita usando como base prerrogativas de tratados internacionais que os dão o direito de fiscalizar a situação dos direitos humanos dos Estados que compõe o bloco do Mercosul. A magistrada, assim como fez com um prêmio Nobel da Paz e inúmeras outras personalidades e deputados, vetou a visita, alegando que não se observa na prisão do petista qualquer tipo de violação. À Fórum,  a deputada argentina Cecília Britto, presidente da Comissão de Direitos Humanos do Parlasul, afirmou que a visita da comitiva internacional "era não somente necessária, mas uma obrigação moral e política" para que o ex-presidente "tenha assegurado os direitos que lhe corresponde enquanto está no cárcere". "Alguns membros da comissão, em particular eu, sentimos grande pesar por não poder cumprir com essa obrigação de visitá-lo. Lula não é somente um preso no Brasil, como muitos querem ver. Lula é um ex-presidente líder da região, líder mundial conhecido por sua trajetória política e pelo que fez na presidência. Por isso, Lula não é qualquer pessoa. É preciso que todos os organismos internacionais tenham preocupação com as garantias de sua integridade psicológica, física e emocional nessa situação", afirmou. Mesmo com a proibição, a deputada argentina garantiu que a Comissão de Direitos Humanos do Parlasul continuará tentando assegurar seu direito de visitar Lula em Curitiba. "Levanto a bandeira de Lula livre, mas também me parece que os organismos ligados aos direitos humanos precisam estar muito preocupados, muito atentos. Nós seguiremos insistindo para podermos vê-lo e conversar com Lula pessoalmente. Vamos perguntar se ele sente que estão respeitando seus direitos humanos na prisão. Vamos insistir em vê-lo, apesar de a Justiça não deixar", pontuou.