Lula pede "postura guerreira" a parlamentares do PT para confrontar Bolsonaro em CPI do Genocídio

Petista afirma que presidente tem deixado transparecer seu medo da comissão porque sabe que errou na pandemia e que desgaste será grande

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Em conversas com parlamentares do PT, o ex-presidente Lula pediu "postura guerreira" de senadores em relação à CPI da Covid, a chamada CPI do Genocídio, confirmada nesta quarta-feira (14) após o Supremo Tribunal Federal (STF) referendar o voto do ministro Luís Roberto Barroso. Lula ainda incentivou que petistas dialoguem com as bases municipais e estaduais para ajudar no confronto da atuação de Jair Bolsonaro na pandemia do coronavírus.

"Pediu dedicação para investigar a fundo e ter uma postura firme. Disse que a população está muito indignada com a gestão da crise e que não podemos titubear", afirma o deputado Alexandre Padilha (SP), em entrevista ao Painel, da Folha de S.Paulo.

Nas conversas, Lula também afirmou que Bolsonaro tem deixado transparecer seu medo da comissão porque sabe que errou na pandemia e que há um potencial grande de desgaste à sua imagem. Segundo ele, os senadores do PT têm a missão de não deixar que o presidente desvie o foco da investigação.

Foram definidos nesta quarta-feira (14) os 11 membros titulares e os 7 suplentes da CPI. Os partidos de oposição só possuirão duas cadeiras titulares, que serão ocupadas por Humberto Costa (PT-PE) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), enquanto o governo terá quatro apoiadores: Ciro Nogueira  (PP-PI), Eduardo Girão (Podemos-CE), Marcos Rogério (DEM-RO) e Jorginho Mello (PL-SC).

No entanto, a maioria da CPI é composta por senadores críticos à gestão do presidente diante da pandemia, como Eduardo Braga (MDB-AM), Renan Calheiros  (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-AM), Otto Alencar (PSD-BA) e Tasso Jereissati (PSDB-CE). Os dois senadores do Amazonas estão entre os que mais pressionaram o ex-ministro Eduardo Pazuello em audiência.