Lula, sobre auxílio de R$ 400 do governo: “Acho que o povo merece R$ 600”

O ex-presidente reafirmou, ainda, que está trabalhando em um plano de reconstrução do Brasil, que coloque o pobre no orçamento

Lula. Foto: Ricardo Stuckert
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O ex-presidente Lula (PT) defendeu o valor de R$ 600 para o auxílio que o governo promete dar aos mais pobres, que passam por dificuldades em função da pandemia do coronavírus e, também, da desastrosa política econômica da equipe de Jair Bolsonaro.

“Estou vendo agora que Bolsonaro vai dar um auxílio emergencial de R$ 400 que vai durar até o final do ano que vem. Muita gente diz que a gente não pode aceitar porque é um auxílio emergencial eleitoral. Não, não penso assim. Faz mais de cinco meses que o PT pediu um auxílio emergencial de R$ 600. Aliás, o PT pediu e mandou uma proposta para a Câmara dos Deputados de um novo bolsa família de R$ 600. Então, o que nós queremos é que o Bolsonaro dê um auxílio emergencial de R$ 600. Ele vai tentar tirar proveito disso? É problema dele. Se alguém acha que vai ganhar o povo porque vai dar um auxílio emergencial de R$ 600, paciência. Eu acho que o povo merece R$ 600 e acho que ele tem que dar e nós já reivindicamos isso”, declarou Lula, durante entrevista à rádio A Tarde, de Salvador (BA), nesta quarta-feira (20).

O ex-presidente reafirmou, ainda, que está trabalhando em um plano de reconstrução do Brasil, que coloque o pobre no orçamento.

“Precisamos apresentar para a sociedade brasileira que tipo de política nós precisamos fazer de desenvolvimento para que o Brasil possa retomar aquilo que ele já foi”. Na avaliação de Lula, é plenamente possível fazer “uma coisa mais saudável, mais civilizada, pensar nas pessoas mais humildes”, emendou.

“Eu não acredito em nenhum modelo econômico que não coloque o pobre dentro do orçamento. Eu provei que o pobre não é problema, é solução”, ressaltou.

Ódio na política

Indagado a respeito da polarização na política, o ex-presidente destacou que é importante o país readquirir o sentimento da civilidade.

Lula não se esquivou de apontar o responsável pelo ódio na política. “Você pode ter um adversário político e se cumprimentarem de forma civilizada. É assim que deve ser a política. Acontece que foi estabelecido um ódio e isso não existia no Brasil. Essa guerra começou a ser estabelecida quando Aécio Neves perdeu para Dilma Rousseff e não aceitou a derrota eleitoral. E aumentou com o golpe contra a Dilma. Agora, temos que voltar à normalidade”, completou.