Em entrevista à rádio ABC de Porto Alegre (RS), nesta terça-feira (10), o ex-presidente Lula (PT) assegurou que Jair Bolsonaro vai perder as eleições de 2022.
Líder em todas as pesquisas de intenção de voto, o petista acredita que o atual chefe do Executivo vai tumultuar a transição caso seja derrotado e não reconhecer o resultado do pleito, como fez Donald Trump nos Estados Unidos.
O ex-mandatário afirma, contudo, que isso não impedirá o novo presidente de receber a faixa presidencial.
"Quando o atual presidente fica dizendo que não vai aceitar o resultado, que quer voto de papel, ele tá tentando preparar aquilo que o Trump preparou nos Estados Unidos. Ele quer tentar preparar uma confusão, e nós não vamos aceitar. O Bolsonaro tem que saber o seguinte: ele vai perder as eleições", declarou.
Lula ainda ironizou o hábito do presidente de fazer "motociatas" para tentar demonstrar alguma popularidade.
"E ele vai ter que entregar a faixa para quem ganhar. Se ele não quiser entregar, o povo vai entregar. Se quiser sair pela porta dos fundos, que saia. Se quiser fazer uma motociata, que faça. Mas o fato concreto é que a faixa de presidente da República trocará de pescoço", atestou ainda.
Assista.
"Patético"
Na terça-feira (10), Lula usou as redes sociais para criticar o desfile militar para o presidente Jair Bolsonaro com os tanques do Exército, o qual ele classificou como “patético”.
Para Lula, o presidente se comporta como “se as Forças Armadas fosse um objeto particular dele, como se fosse um brinquedo”.
“Não tem carta pra conversar com militares. Se tivesse carta seria para o povo brasileiro e dentro disso estão os militares. Se militar quiser fazer política ele renuncia o cargo, tira a farda e se candidata. Não tem problema”, escreveu.
Na sequência do tuite, o ex-presidente afirmou que as Forças Armadas devem cuidar da soberania do Brasil dentro dos marcos da Constituição.
“Já fui chefe das Forças Armadas, eles sabem como tem que se comportar. Cuidando da nossa soberania, dentro da Constituição. O Bolsonaro se comporta como se as Forças Armadas fosse um objeto particular dele, como se fosse um brinquedo”, disse.