Mais Bolsa Família: PT se antecipa a Bolsonaro e quer pautar proposta de R$ 300 per capita

"Ao falar em 'bolsa esmola', Bolsonaro manifesta seu desprezo pelo programa", afirma Bohn Gass, que vai solicitar inclusão do PL na pauta da Câmara

Elvino Bohn Gass (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)
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Líder do PT na Câmara, o deputado Elvino Bohn Gass (PT-RN) vai solicitar ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que coloque na pauta da próxima semana o Projeto de Lei 4.086/2020, que cria o Mais Bolsa Família, antecipando-se à tentativa de Jair Bolsonaro (sem partido) de usar o benefício de forma eleitoreira.

"Ao falar em 'bolsa esmola', Bolsonaro manifesta seu desprezo pelo programa. Ele não gosta de pobre e trabalha para que os ricos tenham mais, aumentando a desigualdade, colocando o povo na miséria e a fome e não tendo programa social. Bolsonaro só faz esse programa pensando no seu projeto de poder, por causa das eleições", afirmou Bohn Gass à Fórum, sobre a sinalização do atual presidente de fixar em R$ 300 o benefício criado durante o governo Lula.

O projeto apresentado pela bancada petista prevê o pagamento de R$ 300 por criança, adolescente, gestante e nutriz para famílias em situação de vulnerabilidade de renda - com renda familiar per capita mensal igual ou inferior a R$ 600,00 -, além de garantir R$ 600 durante situações de calamidade, como a pandemia, para famílias que passem por dificuldades durante o período.

Segundo Bohn Gass, o projeto difere da proposta de Bolsonaro por garantir por lei uma rede de proteção social, que vai além do pagamento do benefício em dinheiro.

"Bolsonaro Jamais faria recursos sociais se não fosse o tema eleitoral, eles não têm preocupação com o povo. É forçado, por uma questão eleitoral. É um valor pequeno, que não está acompanhado de uma rede de proteção. A questão é essa. Não é só o valor do auxílio, é que não tem um conjunto de outros elementos de proteção sociail", afirmou.

Segundo Bohn Gass, a solicitação para que o projeto seja levado à pauta da Câmara é um pedido de Lula e da direção do PT.

"O PT sempre, em toda sua história, tem programas de inclusão social, de redução da desigualdade, de uma rede de proteção social e faz isso sempre. Entende que tem que ter uma renda básica permanente para as pessoas, com oportunidades de trabalho. A orientação de Lula e do PT é para que a gente leve adiante programas como nós fizemos nos nossos governos", destacou.