Mangabeira Unger diz que defendeu que Ciro fosse vice de Lula

Em entrevista, filósofo e guru de Ciro Gomes (PDT) revelou que um dos erros do ex-ministro na eleição foi não ter aceitado ser vice de Lula para depois assumir a cabeça de chapa e concorrer à presidência com o apoio do PT

Foto: Ricardo StuckertCréditos: Ricardo Stuckert
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Guru de Ciro Gomes (PDT) na eleição deste ano, o filósofo e professor a da Universidade de Harvard (EUA), Mangabeira Unger, revelou em entrevista à Folha de S. Paulo divulgada neste sábado (15) que o pedetista foi convidado pelo PT para ser vice de Lula para que, quando a candidatura do petista fosse indeferida, assumisse a cabeça de chapa na disputa pela presidência. Para o filósofo, um dos erros do ex-ministro foi não ter aceitado o convite. "Ciro e nós, seus aliados, cometemos um erro. Havia dois caminhos. Um era acertar-se com Lula e o PT. Aceitar ser vice de Lula para depois virar cabeça de chapa. Havia objeções a isso, devido à diferença entre projetos para o país e à falta de confiança nos acertos do PT, que tem uma longa história de dar rasteiras. Esse caminho tinha uma consistência tática", revelou. Na mesma entrevista, Unger revelou que "advogou" por essa alternativa que, segundo ele, daria a Ciro "grandes chances" de ser eleito. Sem acordo com Ciro Gomes, o PT optou por lançar a candidatura de Fernando Haddad à presidência quando o registro de Lula foi negado. O ex-prefeito foi para o segundo turno e, sem o apoio de Ciro, terminou a eleição com 44,87% dos votos válidos. Já o pedetista foi derrotado no primeiro turno com 12%. Ainda à Folha de S. Paulo, em meio a inúmeras críticas ao PT, o guru de Ciro Gomes afirmou ainda que o presidente eleito Jair Bolsonaro não representa uma ameaça à democracia. "Não vejo qualquer indício concreto de ameaça à democracia (..) O risco que nos ronda não é a ditadura fascista, é a perpetuação da mediocridade. O risco à democracia pode haver depois, por sucessivas frustrações dessas aspiraçoes dos emergentes, de empoderamento", pontuou.