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POLÍTICA
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A coluna de Guilherme Amado, na Revista Época, informa que duas professoras da Universidade Estácio de Sá, um dos maiores grupos de ensino privado do país, foram demitidas e acusam o diretor do campus em que atuam, no Centro do Rio de Janeiro, de perseguição ideológica.
Amanda Mendonça e Laila Domith tiveram calendários com a imagem de Marielle Franco arrancados de suas salas e receberam pedidos para que se desculpassem e não participassem de protestos contra o governo Bolsonaro. Do contrário, de acordo com elas, seriam demitidas.
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Mendonça, que coordenava o curso de pedagogia, é ex-assessora de Marielle Franco. Domith, demitida na semana passada, é ex-coordenadora adjunta de Direito, e entrou com uma denúncia no Ministério Público do Trabalho contra a Estácio, um dos maiores grupos de ensino privado do país.
Mendonça foi chamada, em 17 de maio, para uma reunião com Jorge William Yoshida, o diretor do campus. Yoshida segurava as partes rasgadas do calendário que a professora afixara desde janeiro em sua mesa de trabalho na sala da coordenação — uma recordação da vereadora.
Segundo a professora, o diretor afirmou que o calendário e suas postagens nas redes sociais tinham sido objeto de uma denúncia por “propaganda ideológica”.
Ele pediu que a professora se desculpasse e garantisse que não participaria novamente de greves e manifestações, como a de dois dias antes, em 15 de maio, contra os cortes na Educação. Mendonça se recusou a atender aos pedidos e entregou o cargo de coordenadora.
O mesmo aconteceu no dia seguinte, em 18 de maio, com Laila Domith. Ela também usava um calendário com a foto de Marielle e havia participado do protesto contra o governo Bolsonaro.
Por se recusar a seguir as orientações, ela também foi demitida e entrou com uma denúncia no Ministério Público do Trabalho.
Respondendo pelo diretor, a Estácio afirmou que é “apartidária”, disse repudiar condutas preconceituosas e prometeu apurar os dois casos.