"Manifestações extrapolaram a pauta da educação", avalia Paulo Pimenta

Petista considera que, na mobilização nacional contra os cortes na educação, se viu um sentimento forte de "ojeriza a Bolsonaro" que, para o parlamentar, "é algo extremamente positivo"; já Márcio Jerry (PCdoB-MA) avalia que as manifestações representam um "marco" para a democracia brasileira: "Dia histórico"

Foto: Fábio Rodriguez Pozzebom/Agência Brasil
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A mobilização nacional contra os cortes na educação anunciados pelo governo de Jair Bolsonaro, nesta quarta-feira (15), surpreendeu a muitos. Trata-se do maior levante contra o governo de Jair Bolsonaro desde sua posse em 1º de janeiro. A organização dos atos, que aconteceram em todas as capitais brasileiras e centenas de cidades do interior, estima que mais de 3 milhões de pessoas estiveram nas ruas. Para o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB-MA), as manifestações representaram um "marco" para a democracia e fizeram desta quarta-feira um "dia histórico". "Para quem duvidava, foi mostrada essa energia que se manifestou de Norte a Sul, de Leste a Oeste, em todos os estados da federação. Isso mostra que o país está atento, está olhando para o que acontece. É um marco, um dia histórico, que dá um impulso de mobilização para a democracia brasileira", afirmou em entrevista ao novo programa online da Fórum, o Fórum 21. Com os jornalistas Ivan Longo, diretamente de São Paulo, e George Marques, de Brasília, o programa será veiculado de segunda a quinta-feira, sempre às 21h. Paulo Pimenta (PT-RS) também participou do programa. Para o parlamentar, as manifestações em defesa da educação extrapolaram a pauta inicial, algo que, para ele, é "extremamente positivo". "Na minha leitura as manifestações extrapolaram a pauta da educação. Você via muitas bandeiras dos partidos políticos, das centrais sindicais, das entidades da sociedade civil. Se viu um sentimento muito forte de ojeriza ao Bolsonaro. Movimento negro, LGBT, juventude estavam presentes. Foi um movimento que ganhou uma envergadura que extrapolou a pauta original", afirmou. De acordo com o petista, faz todo o sentido que os atos tenham sido marcados, também, pela reivindicação em prol da liberdade do ex-presidente Lula, como se observou com as inúmeras bandeiras de "Lula livre". "A política do governo para a educação é fruto de um processo que só aconteceu por conta do afastamento da Dilma, da prisão do Lula, da eleição do Bolsonaro. A ampliação dessa pauta é algo extremamente positivo", afirmou. Na entrevista, os parlamentares falaram ainda sobre a sabatina com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, na Câmara dos Deputados, a articulação da oposição para barrar os cortes do governo, o impacto das manifestações na cobertura da mídia tradicional e as expectativas com relação à mobilização popular para o próximo período. Assista.