Marcos Pontes assume que usou gráfico “ilustrativo” para divulgar medicamento contra Covid-19

Ministro astronauta de Bolsonaro usou ilustração de banco de imagens para divulgar medicamento sem eficácia comprovada pela OMS

Foto: Reprodução
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O ministro da Ciência e Tecnologia e astronauta, Marcos Pontes, afirmou no Twitter, nesta segunda-feira (19), que um gráfico apresentado pela pasta que mostrava, supostamente, a eficácia de um remédio contra a Covid-19 era "meramente ilustrativo".

A imagem que ele apresentou não continha nenhum dado, e era semelhante às disponíveis em um serviço de banco de imagens. Ao mesmo tempo, Pontes não apresentou nenhum dado que confirme a eficácia do medicamento no tratamento da Covid-19.

A nitazoxanida é um medicamento utilizado no país pelos nomes comerciais Azox e Annita, e faz parte do grupo dos antiparasitários e vermífugos. O remédio também tem ação antiviral e é receitado em casos de rotavírus. O medicamento contendo nitazoxanida, disponibilizado comercialmente, não tem a indicação para o coronavírus, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Pontes disse que "obviamente, como facilmente deduzido pelos eixos e pela fala da pesquisadora responsável, o gráfico da apresentação de hoje era meramente ilustrativo".

"Enquanto isso, se contraírem covid, lembrem-se da conclusão dos estudos apresentada hoje. Isso é o importante", acrescentou o ministro, em uma série de publicações feitas na rede social às 23h55 (horário de Brasília) de segunda-feira.

Veja abaixo a íntegra da nota do MCTI:

"O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) esclarece que o gráfico usado no vídeo apresentado no evento de anúncio dos resultados dos ensaios clínicos com a nitazoxanida não faz parte dos dados do estudo e aparece apenas de forma ilustrativa.

O resultado qualitativo apresentado hoje é, obviamente, baseado em dados e estudos completos de posse dos pesquisadores responsáveis.

No momento, o MCTI e os coordenadores do estudo não podem divulgar ainda os números e cálculos do estudo para preservar seu ineditismo, já que ele foi submetido a uma revista internacional, o que limita a publicação.

Entretanto, a Covid-19 continua a avançar no Brasil e, no papel de médicos e cientistas, foi feita a decisão de não omitir o resultado qualitativo de um estudo de extrema importância, que pode ajudar a salvar vidas enquanto aguardamos a vacina.

Depois da publicação do artigo científico, faremos uma apresentação técnica para os interessados, mostrando todos os números, cálculos, equações, métodos etc."

Com informações do G1