Mario Frias é alvo de ação por denúncia de que anda armado e intimida equipe: "Quer compensar ignorância impondo medo"

PSOL acionou Conselho de Ética Pública da Câmara devido aos relatos que dão conta de que o secretário de Cultura praticaria assédio moral contra os servidores

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O PSOL, através do deputado federal Ivan Valente (SP), protocolou na Comissão de Ética Pública da Câmara, esta semana, uma representação contra o secretário especial de Cultura do governo Bolsonaro, Mario Frias. O motivo são as denúncias de que o ex-galã de telenovelas andaria em seu gabinete com uma arma na cintura, à vista de todos, e intimidaria servidores.

De acordo com informação publicada inicialmente pela Folha de S.Paulo e confirmada por Splash, do UOL, Frias provocaria mal-estar entre os funcionários de sua pasta ao exibir o revolver e há relatos de gritos e ofensas, por parte do secretário, dirigidos a servidores e funcionários.

"Representei contra Mario Frias na Comissão de Ética devido à denúncia de que anda armado na Secretaria da Cultura e ameaça a equipe. O secretário não sabe nem quem foi Lina Bo Bardi e quer compensar sua ignorância impondo medo. Sem condições!", afirmou Ivan Valente após protocolar a representação.

Na ação encaminhada à comissão da Câmara, Valente destaca que "os fatos narrados [na reportagem que denuncia a conduta de Frias] são extremamente graves e apontam para evidente situação de violação das normas éticas que devem ser observadas por todos os servidores públicos do Governo Federal, em especial o Código de Conduta da Alta Administração".

"Trata-se de situação que coloca os servidores e trabalhadores que atuam na instituição sob constante constrangimento, ameaça, cerceamento e, especialmente, medo", pontua ainda o deputado, citando leis, códigos de ética e de conduta que vedam esse tipo de postura que seria praticada por Frias.

Arma

De acordo com o site da Polícia Federal, Frias tem uma pistola Taurus de calibre .9mm registrada em seu nome. Sendo civil, ele precisa ter um documento de porte, que autoriza o cidadão a circular com uma arma de fogo “de forma discreta”, de acordo com o site do governo federal.

Em setembro de 2020, foi publicada pelo perfil do Clube de Tiro Brasília uma foto onde Mario Frias aparece segurando um fuzil.

Ao lado de Helton Rego, que se identifica como instrutor de tiro, Frias aparece com a legenda: “’Povo armado jamais será escravizado!’ Neste sábado tive a honra de dividir um pouco de conhecimento com o nosso secretário de Cultura. Obrigado pela confiança, amigo!”.

Não nega

Frias não negou as acusações. Ao invés disso, resolveu partir para o ataque contra o ex-candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL).

Boulos afirmou em sua conta do Twitter, na terça-feira (25), que “o secretário nacional da Cultura, Mario Frias, gosta de despachar com uma arma visível na cintura. Há relatos de gritos e ofensas dirigidos a servidores e terceirizados. Terror e intimidação são o método desse governo”.

Frias respondeu: "o sujeito que passou a vida liderando uma organização criminosa, o MTST, cujo objetivo consiste em invadir propriedade privada, através de técnicas de intimidação e violência, tem a cara de pau de me acusar de, pasmem, intimidação".