Marqueteiro de Temer diz que fará documentário para rebater "Democracia em Vertigem"

Elsinho Mouco - que colecionou gafes como slogan “O Brasil voltou, 20 anos em 2” e apoiou Bolsonaro - diz que vai produzir o documentário “Trama contra a Democracia” para contar sua versão sobre o golpe que derrubou Dilma Rousseff do poder em 2016

Michel Temer e Elsinho Mouco (Reprodução)
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Elsinho Mouco, marqueteiro de Michel Temer durante a passagem do golpista pelo Palácio do Planalto, busca mais alguns minutos de fama ao anunciar que pretende produzir um documentário para rebater a narrativa de Petra Costa em Democracia em Vertigem, sobre o processo que levou ao golpe de Dilma Rousseff (PT). O filme tem o nome provisório de “Trama contra a Democracia”. Segundo informações da coluna Painel, na edição desta terça-feira (4) da Folha de S.Paulo, Mouco diz que pretender contar uma outra versão da história, lembrando casos em que o próprio PT teria contribuído para a queda de Dilma. Durante sua breve passagem pelo Planalto, o marqueteiro colecionou gafes - como o uso de uma antiga bandeira do Brasil e o slogan “O Brasil voltou, 20 anos em 2” - e encheu o bolso. Em outubro de 2017, Temer ampliou em 82% os repasses à agência de publicidade Calia, que pertence ao irmão de Elsinho Mouco. Os gastos com a empresa somaram R$ 102,1 milhões nos 476 dias após o emedebista assumir (equivalentes a 15 meses e meio, até 31 de agosto), ante R$ 56 milhões em período idêntico, transcorrido até o afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff. Mouco também foi o responsável por criar o slogan “Ordem e Progresso”, que remonta aos primórdios da República, e o “Bora, Temer” para contrapor a “Fora, Temer”. À época ela fez uma manobra ao assumir o cargo de diretor na agência Isobar (antiga Click), que cuidava da estratégia oficial para redes sociais, e passou a receber indiretamente do governo, tendo uma sala dentro do Palácio do Planalto. No segundo turno das eleições de 2018, Mouco ensaiou uma aproximação com Jair Bolsonaro e chegou a declarar voto no capitão, após votar em Henrique Meirelles no primeiro turno.