MBL tenta impedir na Justiça que Alexandre Ramagem assuma o comando da Polícia Federal

Na ação, coordenador do MBL cita as denúncias feitas por Sérgio Moro e diz que é "óbvio e ululante" que Bolsonaro quer interferir nos trabalhos da PF porque os filhos estão sendo investigados

Eduardo Cunha e Bolsonaro recebendo caravana do MBL contra a "corrupção" (Arquivo/MBL)
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O advogado Rubens Alberto Gatti Nunes Filho, coordenador do Movimento Brasil Livre (MBL), protocolou na 6ª Vara Federal Cível da Justiça Federal do DF uma ação para tentar impedir que o delegado Alexandre Ramagem assuma a direção da Polícia Federal. Ex-Abin, segurança de campanha de Jair Bolsonaro e amigo de Carlos Bolsonaro, Ramagem foi alçado nesta terça-feira ao comando da PF.

Na peça jurídica, Rubinho, como é conhecido, cita as denúncias feitas por Sérgio Moro no pronunciamento demissionário do ministério, na semana passada, e diz que é "óbvio e ululante" que Bolsonaro quer interferir nos trabalhos da PF porque os filhos estão sendo investigados, listando as denúncias que atingem Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro.

"Incontestável, portanto, o interesse pessoal do Presidente da
República em substituir o Diretor da Polícia Federal a fim de nomear um quadro que atendesse aos seus interesses espúrios, pudesse fornecer informações sigilosas e, até mesmo, alterar a condução de processos", diz a ação, após reproduzir as conversas de whatsapp entre Moro e Bolsonaro.

"O “toma lá, dá cá” operante no “balcão de negócios” presidencial
fica cabalmente demonstrado com a oferta feita pela deputada governista e aliada de primeira hora de Bolsonaro, Carla Zambelli ao então Ministro: indicação de Moro à vaga na Suprema Corte em troca da concordância do Chefe da Justiça com a indicação política do Sr. Alexandre Ramagem Rodrigues para o comando da PF – este que, agora, foi realmente nomeado pelo Presidente Representado", complementa.