MEC de Bolsonaro já discute acabar com o ENEM

Alvo de pedido de impeachment por “eloquente ineficiência”, Weintraub segue em seus planos de tentar desmontar o Enem

Bolsonaro e Abraham Weintraub (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
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Depois de cogitar transformar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em uma prova online realizada quatro vezes ao ano, o governo do presidente Jair Bolsonaro já trabalha para viabilizar uma nova forma de desmanche do Enem. A nota seria divida em provas realizadas nos três anos do Ensino Médio. Segundo reportagem de Renata Mariz, publicada no Jornal O Globo nesta quarta-feira (5), o Ministério da Educação (MEC), comandado pelo ministro Abraham Weintraub, se reuniu com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para pensar em uma divisão da prova em três etapas - uma a cada ano do Ensino Médio. O "Enem seriado" seria incorporado Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) - que aplica provas a estudantes do 5º e 9º do ensino fundamental e do 3º do médio - e se combinaria com taxas de aprovação, repetência e abandono. Esse novo modelo seria paralelo ao Enem convencional, que seria aplicado apenas a pessoas já formadas no Ensino Médio ou que perderam uma das três provas. A gestão de Weintraub à frente do MEC tem sido alvo de críticas de educadores, pesquisadores e de parlamentares de diversos campos políticos. Nesta quarta-feira, um grupo de deputados federais e senadores protocolou um pedido de impeachment contra o chefe do MEC por “ausência de políticas de alfabetização; falhas do Enem; favorecimento de apoiadores do Governo; ofensas às mães de diferentes cidadãos; e omissão quanto ao uso de R$ 1 bi resgatados pela Lava Jato”.