Mensalão tucano: TJ tem novo dia D no caso de Azeredo

Ex-governador de Minas pode ser o primeiro político do PSDB preso

Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil
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O ex-governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo, pode viver nesta terça-feira (22) o capítulo decisivo de uma novela que se arrasta há 11 anos na Justiça. Ele pode ser o primeiro político do PSDB a ser preso no escândalo do mensalão mineiro. Em 2017, Azeredo foi condenado em segunda instância a 20 anos e um mês de prisão pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. O tucano foi considerado culpado por participar de um esquema de desvio de dinheiro de estatais para abastecer o caixa 2 de sua campanha de reeleição ao governo de Minas Gerais, em 1998. Se o tribunal mantiver a condenação nesta terça-feira, ele poderá ser preso a qualquer momento. A defesa do ex-governador entrou com pedido dos chamados embargos de declaração para a anulação do julgamento em primeira instância, contestando a denúncia do Ministério Publico de Minas Gerais. Os embargos são o último recurso antes da execução da pena. Os advogados tentam ainda recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça), um habeas corpus para evitar que Azeredo seja preso caso a Justiça decida manter a condenação. Valério faz novas acusações Azeredo é acusado de ser um dos idealizadores do mensalão tucano, escândalo que envolveu o publicitário Marcos Valério, esquema que teria, segundo a Justiça, dado origem ao mensalão praticado em esfera federal pelo PT. Reportagem exibida nesta segunda-feira (21) pela Record afirma que Valério denunciou à Justiça que Claudio Mourão, tesoureiro da campanha do tucano, recebeu R$ 700 mil para não entregar membros do PSDB envolvidos no esquema. Valério afirma que Mourão estava com um documento em mãos capaz de destruir o PSDB de Minas e que Azeredo e o senador Aécio Neves temiam que Mourão revelasse segredos da política tucana. “Eu fui usado para pagar a chantagem, sei o que era e sei o que Mourão iria apresentar. E a Polícia Federal hoje sabe”, disse Valério. "Quem fez empréstimo na pessoa física fui eu. Eu é que passei os R$ 700 mil para o Mourão”, afirmou. “O que o Claudio Mourão iria revelar não era o patrocínio do Bemge, da Copasa (empresas envolvidas no esquema do mensalão). Era muito pior que isso. O medo era do PSDB, era do Seu Eduardo, o medo era do senhor Aécio”, completou o publicitário.