Mentira na CPI: Wajngarten diz que se afastou da Secom para tratar Covid, mas em live afirmou que 'trabalhava normal'

Em conversa com Eduardo Bolsonaro na época que "O Brasil não pode parar" foi ao ar, ex-secretário contou que continuava a aprovar propagandas da pasta durante a quarentena.

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O ex-secretário de Comunicação da Presidência da República, Fábio Wajngarten, afirmou na CPI da Covid-19, nesta quarta-feira (12), que estava afastado da Secom quando a campanha “O Brasil não pode parar” foi ao ar, em março do ano passado. Com isso, ele alega desconhecer se a ação foi produzida pela pasta sob seu comando, mas o argumento do ex-secretário se contradiz com comentários feitos por ele em live com o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) na época.

Em depoimento na CPI da Covid-19, Wajngarten afirmou ao senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) que ficou afastado da pasta o mês de março do ano passado inteiro, acometido pela Covid-19. Ao ser questionado sobre a campanha, que pregava o fim do isolamento social no Brasil, o ex-secretário disse ainda que não sabia "se foi feito dentro da estrutura [da Secom] ou se circulou de forma orgânica”.

Em live com Eduardo Bolsonaro, no entanto, Wajngarten disse que aprovou campanhas da Secom mesmo durante o seu isolamento social. "Eu estou trabalhando normal, tenho feito call com ministros, tenho feito call com a Secom, tenho aprovado campanhas, tenho conversado com os criativos das agências de publicidade. A vida segue", disse o ex-secretário.

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Além disso, apesar de dizer que desconhece se a campanha foi produzida pela Secom, imagens e vídeos da ação carregam o logotipo da pasta. O conteúdo chegou a ser publicado no perfil oficial do governo federal, assim como da própria Secom.