Ministro vai à TV falar sobre controverso substituto do Bolsa Família

Deputados criticaram a proposta do Auxílio Brasil, que sequer teve o valor do benefício divulgado

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João Roma, ministro da Cidadania do governo Jair Bolsonaro, usou a cadeia nacional de rádio e TV para fazer pronunciamento sobre o programa Auxílio Brasil. O projeto tem como objetivo substituir o Bolsa Família, mas recebe críticas pela falta de robustez.

Pela segunda vez em menos de um mês, um ministro de Bolsonaro se utiliza da rede de rádio e TV para comentar sobre temas que ainda estão em tramitação no Congresso Nacional. Enquanto Fabio Faria recorreu à cadeia nacional para pressionar pela privatização dos Correios, Roma defende uma proposta que mal foi apresentada.

O Auxílio Brasil foi apresentado ao Legislativo apenas na segunda-feira e já virou alvo de críticas pela falta de robustez para um programa que pretende substituir uma política pública do porte do Bolsa Família.

Mais uma vez, o governo apresenta o programa sem falar nos valores que pretende investir, responsabilidade que parece ter sido repassada ao Congresso. Roma falou em "evolução" e prometeu que o Auxílio Brasil seja um "marco histórico".

Críticas ao Auxílio Brasil

A Frente Parlamentar Mista pela Renda Básica criticou a proposta e disse que o projeto é "inviável" e tem inúmeras inconsistências. Além de não ter o valor do benefício divulgado, governo não definiu de onde vai tirar dinheiro para garantir outros auxílios que o programa pretende embutir ao Bolsa Família.

“É importante ressaltar que um dos grandes méritos do Bolsa Família é a focalização exclusiva no combate à fome e pobreza e promoção ao acesso de serviços públicos, o que garante a execução simplificada, com fácil monitoramento e capilaridade nas regiões mais remotas do país”, diz um trecho da nota.

“Por isso, vemos com grande preocupação a inclusão de benefícios como auxílios ao esporte escolar, iniciação científica e incentivos de inclusão produtiva ao Programa Bolsa Família. A iniciativa atual de agregar um número extremamente alto de benefícios quem têm objetivos diversos complexifica o programa e o torna, segundo muitos especialistas, uma política que não conseguirá ser operacionalizada na sua integridade”, completam os parlamentares.

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