Ministros do STF avaliam que prisão de supostos hackers não minimiza conteúdo da Vaza Jato

A prisão dos suspeitos de invasão do celular de Sérgio Moro e de procuradores não pôs fim aos questionamentos sobre a conduta do ex-juiz federal à frente da Lava Jato

Moro, Barroso e Dallagnol (Foto: José Cruz/Agência Brasil )
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Apesar do consenso de que punir os supostos hackers é importante para evitar outras invasões, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) estão divididos sobre o conteúdo da Vaza Jato. Uma parte segue a narrativa de Moro, ignorando a gravidade das mensagens, enquanto outra crê que é necessário se investigar o que as conversas relatam. Segundo a colunista Daniela Lima, do Painel, da Folha, a prisão dos suspeitos de invasão do celular de Sérgio Moro e de procuradores não pôs fim aos questionamentos sobre a conduta do ex-juiz federal perante o Supremo, apesar de fortalecer a narrativa de vítima de um ataque hacker. A parcela do tribunal mais crítica à Operação Lava Jato, quer investigação do conteúdo. Para todo o Supremo, essa ação da Polícia Federal foi importante, porque mostra, segundo a colunista, "força do aparato estatal" e "desestimula novos ataques". Isso fez com que os ministros aliados de Moro ganhassem um reforço na argumentação de que a divulgação do diálogo veio por meios criminosos. No entanto, há ainda um forte incômodo de alguns titulares do STF, que vêem conduta criminosa na atuação de Moro à frente da Lava Jato. Ao Painel, foi proposta uma analogia: "suponha-se que, com a violação de uma correspondência, descubra-se o autor de um assassinato. O fato de um crime ter gerado a informação deve anular a descoberta?".

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