Ministros do TSE defendem investigação contra Bolsonaro por insinuação de golpe em 2022, diz CNN

Em resposta a Bolsonaro, o presidente da Corte, Luis Roberto Barroso, publicou uma nota condenando a “ilegítima desestabilização das instituições”

Jair Bolsonaro - Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
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Não foi apenas o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis Roberto Barroso, que ficou irritado com as declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre a invasão golpista do Congresso dos Estados Unidos. Além de endossar a ação pró-Donald Trump, o mandatário alegou que foi “roubado” nas eleições de 2018 e disse que distúrbios piores poderão acontecer no Brasil em 2022 caso não seja adotado o voto impresso.

Segundo informações da jornalista Thais Arbex, da CNN Brasil, ministros da corte alegaram que a declaração de Bolsonaro “desmoraliza” a Justiça Eleitoral e que Barroso deveria determinar abertura de inquérito contra o chefe do Executivo para que ele prove tais alegações.

A postura dos integrantes da Corte vai no mesmo sentido do que o PT pede em representação enviada ao tribunal. A legenda defende que “se instaure o devido processo administrativo para que se apuremos fatos constantes da declaração do Exmo. Sr. Presidente da República e, caso verificada a sua improcedência, sejam tomadas as ações necessárias para eventual responsabilização penal, por improbidade administrativa e civil do Exmo. Sr. Presidente da República”.

Na noite desta quinta, Barroso publicou um nota reagindo à fala de Bolsonaro, sem citar nominalmente o presidente.

"A vida institucional não é um palanque e as pessoas devem ser responsáveis pelo que falam. Se alguma autoridade possuir qualquer elemento sério que coloque em dúvida a integridade e a segurança do processo eleitoral, tem o dever cívico e moral de apresentá-lo. Do contrário, estará apenas contribuindo para a ilegítima desestabilização das instituições”, afirmou.