Moro admite atuação política da Lava Jato contra o PT: "Combateu de forma eficaz"

Declaração reforça suspeição do ex-juiz Sergio Moro nos processos contra Lula, reconhecida pelo STF em junho

Sérgio Moro. Foto: Marcos Corrêa/PR
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O ex-ministro Sergio Moro (Podemos) afirmou nesta quarta-feira (29) que a Operação Lava Jato "combateu o PT". A declaração escancara a já explicíta atuação política de Moro e dos procuradores que participaram da operação, um caso flagrante de lawfare (guerra jurídica).

Durante entrevista à rádio Capital FM, do Mato Grosso, Moro afirmou que não poderia seguir apoiando o governo Bolsonaro e disse a seguinte frase: "Tudo isso por medo do quê? Do PT? Não. Tem gente que combateu o PT na história de uma maneira muito mais efetiva, muito mais eficaz: a Lava Jato".

Segundo o ex-ministro, a Lava Jato mostrou "os esquemas de corrupção e mostrou o que o PT verdadeiramente é". Após passagem pelo governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro, Moro deve concorrer à presidência em 2022.

STF reconheceu Moro como juiz suspeito e anulou condenações de Lula

As condenações contra o ex-presidente Lula (PT) foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em razão da atuação parcial de Moro. O ex-juiz foi considerado suspeito por quebra de imparcialidade. Além disso, o STF reconheceu a incompetência da Vara Federal de Curitiba para julgar os processos relativos ao ex-presidente.

Durante a sessão, realizada em junho de 2021, o ministro Gilmar Mendes afirmou que o julgamento em questão se tratava do “maior escândalo judicial da nossa historia” e leu trechos das mensagens obtidas através da Operação Spoofing, que recuperou os dados acessados pelos hackers que invadiram os celulares funcionais de Moro e procuradores da Lava Jato.

“O magistrado [Sergio Moro] gerenciava os efeitos da exposição midiática dos acusados. A opção por provocar e não esperar ser provado garantia que o juiz estivesse na dianteira de uma narrativa que culminaria na consagração de um verdadeiro projeto de poder que passava pela deslegitimação política do Partido dos Trabalhadores, em especial o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, a fim de afastá-lo do jogo eleitoral”, disse.

A declaração de Moro desta quarta-feira reforça a análise de Gilmar Mendes.

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