Moro e Bolsonaro fazem encontro fora da agenda após ação da PF

Aliados do presidente acreditam que a Polícia Federal agiu em retaliação a Bolsonaro, que quer a cabeça do diretor da corporação, Maurício Valeixo

Foto: Carolina Antunes/PR
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Depois de aliados do presidente Jair Bolsonaro considerarem a operação da Polícia Federal contra o senador Fernando Bezerra (MDB-PE), líder do governo no Senado, como uma forma de retaliação, Bolsonaro chamou o ministro da Justiça, Sérgio Moro, para uma conversa fora da agenda no Palácio Planalto nesta quinta-feira (19). Moro é chefe da PF e defende a permanência do diretor-geral do órgão, Maurício Valeixo, enquanto o presidente quer substituí-lo. Segundo Gustavo Maia e Jussara Soares, do jornal O Globo, Moro foi até o Planalto no início da tarde desta quinta-feira em uma reunião que não constava na agenda do ex-juiz federal nem na do presidente. A pauta também não foi revelada, mas se suspeita que o assunto principal seja o senador Fernando Bezerra. Ao Globo, a assessoria do ministro disse não saber se a ação da Polícia Federal seria tratada na conversa. O senador disse que conversou com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre,  e contou que seu cargo está à disposição do presidente Jair Bolsonaro e deixará o posto caso for solicitado. "Tomei a iniciativa de colocar à disposição o cargo de líder do governo para que o governo possa, ao longo dos próximos dias, fazer uma avaliação se não seria o momento de proceder uma nova escolha ou não", disse. A operação de busca e apreensão realizada na casa do senador, em Brasília, se baseia em inquérito que apura irregularidades em obras da transposição do Rio São Francisco. Bezerra foi ministro da Integração no governo da ex-presidenta Dilma Rousseff.