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Sem o prestígio que já teve no passado, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, voltou a rasgar elogios ao presidente Jair Bolsonaro em evento promovido pela Controladoria-Geral da União (CGU) nesta terça-feira (3) sobre combate à corrupção. Segundo o ex-juiz federal, que pretende se postular à vice-presidência nas próximas eleições, o ex-capitão é "muito íntegro".
"O presidente Bolsonaro é uma pessoa muito íntegra. Todo mundo que o conhece atesta isso. [...] Claro que a gente sabe que numa máquina gigantesca da administração federal podem surgir casos de desvios de conduta, de corrupção, mas, assim, vamos fazer um paralelo com o que acontecia no passado, em que tínhamos esquemas sistemáticos de suborno e de corrupção incrustados na administração pública", declarou o ministro.
A troca de afagos com Bolsonaro vem em um momento que Moro está um pouco distante dos holofotes, mas busca emplacar a vice-presidência nas próximas eleições. Após a liberação do ex-presidente Lula por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) e em meio aos conflitos promovidos por Jair Bolsonaro com objetivo de proteger seus filhos da Justiça, o antes "herói contra a corrupção" hoje ocupa um papel secundário na cena política.
A diminuição do prestígio de Moro reflete, inclusive, na base do ex-presidente. Alguns setores, como os evangélicos, rechaçaram a possibilidade do ex-juiz aparecer como parceiro na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022.
“O ministro Moro tem apoio da mesma base de eleitores conservadores do presidente. É preciso somar, atrair outros grupos”, declarou o deputado Marco Feliciano (Podemos-SP). “Os evangélicos, por exemplo, vão ser disputados a tapa”, continua. “O presidente precisa fidelizar esse grupo”.