Moro fez doação não declarada para ONG mantida por empresa envolvida com a Lava Jato

Não bastasse o fato do ex-juiz não ter incluído a palestra na sua declaração, entre os mantenedores da ONG está, justamente, a CCR Rodonorte, que fez acordo de leniência com a Lava Jato

Foto: Fábio Pozzebom/Agência Brasil
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A concessionária CCR Rodonorte, do Paraná, fez, no início deste ano, acordo de leniência com a força-tarefa da operação Lava Jato no valor de R$ 750 milhões. Em 2016, a ONG Pequeno Cotolengo do Paraná recebeu, a pedido do então juiz e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, 10 mil reais a título de doação do Grupo Sinos, por palestra do então juiz. Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo. Não bastasse o fato do ex-juiz não ter incluído a palestra na sua declaração de imposto de renda, entre os mantenedores da ONG Pequeno Cotolengo está, justamente, a CCR Rodonorte. Em 2018, a Lava Jato autorizou a prisão de 19 pessoas envolvidas em esquemas de corrupção, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, estelionato e peculato na administração das rodovias federais no Paraná. Entre as enroladas, de acordo com o Ministério Público Federal, intermediadores, agentes públicos e nomes ligados a seis concessionárias que administram o Anel de Integração do Paraná – Econorte, Ecovia, Ecocataratas, Rodonorte, Viapar e Caminhos do Paraná. As informações são do Ministério Público Federal (MPF) no Paraná. A concessionária, uma das mantenedoras da ONG que recebeu doação de Moro, admite o pagamento de propinas em troca da obtenção de modificações contratuais que beneficiaram a empresa desde o ano 2000. A informação à época foi divulgada pelo MPF. Não bastasse isso, para aumentar a confusão, este ano, Rosângela Moro fez uma palestra ao Compliance Day, evento organizado pela Pequeno Cotolengo, sem cobrar cachê. O tema foi: “Integridade nas Organizações da Sociedade Civil”.