Moro: "Lula faz parte do meu passado e acho que do passado do país"

Em entrevista à Rádio Jornal Caruaru, o ex-juiz e atual ministro de Bolsonaro afirmou ainda que não tem "nenhuma interferência" sobre os problemas judiciais do ex-presidente e que cabe a ele resolver

Moro ao lado do Dodge Challenger da PRF que fez a escolta da sua comitiva (Reprodução)
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Em entrevista à Rádio Jornal Caruaru, o ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, mostrou que quer desvencilhar cada vez mais do ex-presidente Lula, colocando o petista em seu passado. Indagado se ele ou o governo viam a soltura de Lula como uma ameaça à ordem pública - como vem sendo tratado por aliados de Jair Bolsonaro -, Moro desconversou e disse que o ex-presidente faz parte do passado. "O ex-presidente Lula, eu nem gosto muito de falar dele. Sinceramente ele faz parte do meu passado e acho que do passado do país", disse. O ministro aproveitou para criticar, de forma indireta, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a inconstitucionalidade da prisão após condenação em segunda instância, que ele pressiona para reverter no projeto anticrime enviado ao Congresso. "Ele [Lula] estava lá cumprindo a pena pela qual ele foi condenado. Acabou sendo beneficiado por essa decisão, sobre a questão da segunda instância. Mas os problemas judiciais dele permanecem e cabe a ele resolver. A gente não tem nenhuma interferência", afirmou Moro. Grampo Na semana passada, Moro anulou a punição administrativa imposta ao delegado Maurício Grillo Moscardi, da Lava Jato em Curitiba, que foi condenado pela Corregedoria Geral da Polícia Federal a oito dias de suspensão por ter direcionado a condução de um inquérito interno com o objetivo de abafar o caso sobre o uso de grampos ilegais na cela do doleiro Alberto Youssef dentro da Superintendência da PF em Curitiba. A confirmação do grampo sem autorização judicial logo no início da Operação Lava Janto, em março de 2014, poderia contaminar todas as investigações que se seguiram, motivo da tentativa de abafar o caso.