Moro nomeia cientista política Ilona Szabó e deixa bolsonaristas enfurecidos

Ilona é crítica ao decreto de Jair Bolsonaro que facilita a posse de armas. Também já atacou o Pacote Anticrime de Moro. Durante a campanha eleitoral, ela aderiu ao movimento #EleNão, contrário à eleição de Bolsonaro.

Ilona Szabó - (Foto Intercambios Asociación Civil/Flickr)
Escrito en POLÍTICA el
A nomeação da cientista política e diretora-executiva do Instituto Igarapé, Ilona Szabó, indicada pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro, para ser suplente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), enfureceu bolsonaristas nas redes sociais. Ilona é crítica ao decreto de Jair Bolsonaro que facilita a posse de armas. Também já atacou o Pacote Anticrime de Moro. Durante a campanha eleitoral, ela aderiu ao movimento #EleNão, contrário à eleição de Bolsonaro. Além disso, o Instituto Igarapé, do qual ela também é co-fundadora, recebe doações da Open Society Foundations, de George Soros. Na quarta-feira (27), quando o nome da cientista política foi publicado no Diário Oficial da União, apoiadores de Bolsonaro levantaram a hashtag #IlonaNão no Twitter. Muitos criticaram Sérgio Moro, incluindo o militante armamentista Bené Barbosa. “A informação que Moro não tem responsabilidade na nomeação do Conselho é falsa!” disse ele, em tuíte fixado, no qual colou texto de portaria de 2008 sobre as regras para nomeação. Barbosa também compartilhou uma foto de Ilona no Instituto Lula e retuitou, em tom crítico, o apoio de Marina Silva à ativista. Ataques  Ilona Szabó também sofreu ataques em sua conta pessoal. A cientista política recebeu mensagens agressivas em seu post mais recente, compartilhando artigo escrito por ela para a Folha de S. Paulo intitulado “Igualdade de gênero na política já!”. “Não queremos bichinho de Soros e FHC no governo” e “Fala mal do governo, mas rapidinho aceita uma vaga na ditadura” foram algumas das respostas. Marina Silva também se tornou alvo por ter saído em defesa de Ilona. “Minha solidariedade à Ilona Szabó contra os ataques caluniosos sobre sua indicação para o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. Apesar de naturais divergências, não se pode negar a sua contribuição para o debate sobre Segurança Pública no Brasil”, escreveu a ex-senadora e candidata à presidência da República em 2018. “Era o que faltava para eu apoiar 100% o afastamento dela: o apoio da Marina, que quer barrar, no STF, investigações sobre ONGs lesa-pátria!”, respondeu um perfil bolsonarista.