Moro pode ter que depor no Senado sobre interferência no caso Marielle

Oposição quer convocar o ministro da Justiça, que tenta exercer interferência externa no processo em que o porteiro do condomínio em que morava o presidente Jair Bolsonaro apontou um possível elo entre o ex-capitão e a morte de Marielle Franco

Fabio Rodrigues Pozzebom/Ag. Brasil
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Partidos de oposição no Senado articulam uma convocação para que o ministro da Justiça, Sérgio Moro, explique a interferência que vem tentando exercer no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco. Nesta terça-feira (30) o ex-juiz enviou à Procuradoria-Geral da República e à Polícia Federal, a pedido de Bolsonaro, um ofício em que determina a abertura de um inquérito para investigar o depoimento  do porteiro do condomínio em que morava o presidente em que apontou um possível elo entre o ex-capitão e a morte de Marielle Franco. Para senadores de partidos da oposição, Moro tem agido como advogado pessoal de Bolsonaro. "Não é aceitável que Jair Bolsonaro tenha um Moro privilegiado. Sérgio Moro é ministro da Justiça e não ministro da Defesa do presidente da República, se prestando ao papel de agir como seu advogado pessoal. Vamos convocá-lo para que explique a sua atuação", disse o senador Humberto Costa (PT-CE).  A ideia é conseguir assinaturas para que Moro se explique à Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC). Mais cedo, a oposição na Câmara também criticou a postura do ex-juiz. “Não cabe a uma testemunha ser investigada pela Polícia Federal porque esse caso não está na Polícia Federal. Não cabe ao ministro da Justiça investigar uma testemunha. Ela tem que ser investigada por quem investiga o caso, que são a Polícia Civil e o Ministério Público”, disse o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ).