Mourão contraria Bolsonaro e diz que houve aumento do desmatamento na Amazônia: "Não compete a nós impedir que isso ocorra"

Em evento em São Paulo, o vice-presidente disse ainda que o fisiologismo e o compadrio são "características nossas" que fazem com que todas as empresas estatais devam ser privatizadas

O vice-presidente, Hamilton Mourão (Reprodução/ Twitter/ Money Report)
Escrito en POLÍTICA el
Em entrevista nesta sexta-feira (20) após participar de evento com líderes empresariais em São Paulo, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) contrariou Jair Bolsonaro confirmando que há verdades nas críticas de países europeus, principalmente em relação ao aumento do desmatamento da Amazônia e que não compete ao governo impedir que isso ocorra. "Uma forma de nos atacar é a questão da Amazônia. Tem coisas ali que tem total verdade no que tem sido dito: houve aumento do desmatamento. Não compete a nós impedir que isso ocorra. Mas, ao mesmo tempo existem aquelas inverdade, como a Amazônia é o pulmão do mundo e sabemos que não é, que o pulmão do mundo são os oceanos", disse Mourão, ao comentar as críticas de países europeus aos planos do governo em relação à floresta. Bolsonaro tem resistido em admitir os dados que mostram aumento das queimadas e do desmatamento na Amazônia em razão da sua política predatória da região alegando, sobretudo, que as queimadas são decorrentes do período, em que indígenas e quilombolas colocam fogo nas roças para iniciar o plantio. Privatizações Na entrevista, Mourão ainda disse que os Estados Unidos é um "farol" para o governo e que, para ele, toda a estrutura pública poderia ser privatizada, pois existe uma "característica nossa" do fisiologismo e do compadrio que acaba prevalecendo na administração das estatais. "Este é o problema das estatais. A ideia sempre é a melhor possível, mas na hora da execução acaba havendo aquele, são características infelizmente nossas, o fisiologismo, o compadrio, que acabam prevalecendo. Eu vejo que hoje tudo tem condição de ser privatizado".