Mourão faz coro com Bolsonaro e diz que vacina não pode ser obrigatória: "Vai agarrar à força?"

No entanto, lei sancionada pelo próprio presidente no início da pandemia permite que autoridades obriguem a vacinação

Hamiltou Mourão e Jair Bolsonaro (Foto: Isac Nóbrega/PR)
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O vice-presidente Hamilton Mourão apoiou uma fala de Jair Bolsonaro contra a obrigatoriedade da vacinação contra o coronavírus. Em entrevista nesta quarta-feira (2), o general justificou a declaração do presidente e disse que existem pessoas que não vão querer se vacinar.

"Acho que você pode encontrar gente que não quer tomar a vacina. É o que eu te digo: você vai agarrar à força? Foi isso que ele quis dizer", disse Mourão a repórteres em Brasília.

"Não quer dizer que ninguém vai tomar. O que ele quis colocar é que você não consegue ter a coerção para obrigar todas as pessoas a se vacinarem", continuou o vice-presidente.

A opinião do Planalto, no entanto, vai na contramão do que foi estabelecido por lei - assinada pelo próprio presidente - no início da pandemia, em fevereiro. Segundo o UOL, a chamada "Lei do Coronavírus" tem um artigo que trata justamente da obrigatoriedade de vacinação em caso de aprovado um imunizante que ajude a combater a pandemia no país.

Nesta terça-feira (1º), como se não bastasse a fala do capitão da reserva, a Secretaria Especial de Comunicação (Secom) do governo usou suas páginas oficiais nas redes sociais para reforçar o recado, em um aceno a grupos conspiracionistas antivacina que crescem no Brasil e no mundo.

Apesar de ser contra a vacina obrigatória, o presidente prega a hidroxicloroquina como uma solução mágica contra a Covid-19 e forçou o Ministério da Saúde a mudar protocolos. A medicação não tem eficácia comprovada e pode causar efeitos colaterais graves.