Mourão nega Ditadura e diz que houve "uma guerra pequena": "morreram pouco mais de 400 pessoas"

Citando a "estatização excessiva" de Ernesto Geisel como principal erro da ditadura, ele confirma que houve tortura. "A tortura é uma questão de guerra. Na guerra, a primeira vítima é sempre a verdade"

Mourão e Bolsonaro (Foto: Divulgação)
Escrito en POLÍTICA el
Tratando com cortesia parte da mídia após dois períodos na presidência em menos de um mês do governo Jair Bolsonaro (PSL), o vice-presidente, General Hamilton Mourão (PRTB) saiu em defesa da ditadura militar no Brasil - que ele classifica como "período autoritário" - em entrevista a Afonso Benites e Naiara Galarraga Gortázar, na edição desta sexta-feira (1º) do El País. Aborto é uma decisão da mulher, diz Mourão em entrevista ao jornal O Globo "Os grupos marxistas e leninistas que existiam no Brasil diziam que estavam enfrentando a ditadura, mas na verdade estavam lutando para impor outra ditadura, a ditadura do sistema comunista. Foi uma guerra muito pequena para um país de 90 milhões de habitantes [na época]. Dos dois lados, somando, morreram pouco mais de 400 pessoas. Hoje, matam 60.000 no Brasil por ano e ninguém fala sobre isso", disse Mourão, ressaltando que costuma "dizer que foi um período autoritário, de um Governo que tinha instrumento de exceção, que foi o ato institucional número cinco". Citando a "estatização excessiva" de Ernesto Geisel como principal erro da ditadura, ele confirma que houve tortura. "A tortura é uma questão de guerra. Na guerra, a primeira vítima é sempre a verdade". Segundo ele, no governo de Bolsonaro os militares atuam como "civis" e 1964 foi "o ponto final das intervenções militares no Brasil. Foi a intervenção última", diz. Nossa sucursal em Brasília já está em ação. A Fórum é o primeiro veículo a contratar jornalistas a partir de financiamento coletivo. E para continuar o trabalho precisamos do seu apoio. Saiba mais.