MP investiga outro advogado de Flávio Bolsonaro por obstrução de Justiça no caso Queiroz

Luiz Gustavo Botto Maia teria atuado na manipulação de provas na Alerj e orientado testemunhas a faltar em depoimentos; ele também teria sido um dos articuladores do encontro entre Queiroz e o miliciano Adriano da Nóbrega

Foto: Reprodução/ Rede Globo
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O Ministério Público do Rio de Janeiro investiga a atuação de um dos advogados do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no caso Queiroz. Luiz Gustavo Botto Maia teria praticado crime de obstrução de Justiça ao manipular provas e orientar testemunhas a faltar em depoimentos.

A atuação de Botto foi revelada no pedido de prisão do ex-assessor Fabrício Queiroz e de sua mulher, Márcia Oliveira de Aguiar, por envolvimento no caso de corrupção conhecido como "rachadinha" no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Queiroz foi preso na casa de Frederick Wassef, outro advogado da família Bolsonaro, na última quinta-feira (18).

Botto é advogado de causas eleitorais e trabalhou no registro de candidatura de Flávio Bolsonaro ao Senado, e na desvinculação do senador ao PSL, em novembro de 2019.

O MP investiga a atuação criminosa de Botto em momentos essenciais do caso que envolve Queiroz, manipulando as provas e orientando testemunhas a faltarem em depoimentos marcados pela Justiça.

Botto também teria sido um dos articuladores do encontro entre Queiroz e o miliciano Adriano da Nóbrega, morto em operação policial em fevereiro, na Bahia. Uma foto mostra um encontre entre o advogado, Raimunda Veras Magalhães, mãe de Nóbrega, e Márcia Aguiar, esposa de Queiroz, que teria acontecido cerca de 2 meses antes do miliciano ser morto, e pretendia comunicar que ele estava foragido.

O advogado também teria atuado ocultando provas do esquema de rachadinhas na Alerj, ao orientar funcionários que assinassem livros de ponto de anos anteriores para encobrir sua atuação fantasma. Uma orientação por mensagem, direcionada à funcionária Luisa Paes para que, em 2019, assinasse livro de 2017, foi identificada em um celular apreendido e divulgada pelo Jornal Nacional.

Após a prisão de Queiroz, Flávio Bolsonaro usou as redes sociais neste sábado (20) para publicar uma nota afirmando que é inocente e que tem sido alvo de uma campanha de difamação.