MP investiga suspeita de corrupção em evento evangélico que recebeu Bolsonaro em 2019

Organizado pela Assembleia de Deus, evento apresentou irregularidades em prestações de contas de 2017 e 2018. Repasses questionados chegam a R$ 700 mil

Foto: Alan Santos e Isac Nóbrega/PR
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O Ministério Público de Contas (MPC-SC) investiga a Associação Movimento Comunitário Rádio Paz no Valle FM, que representa o Encontro de Gideões da Última Hora, evento da Assembleia de Deus que recebeu o presidente Jair Bolsonaro no ano passado, por repasses irregulares feitos em 2017 e 2018.

Por conta das investigações, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-SC) proibiu a Agência de Desenvolvimento do Turismo de Santa Catarina (Santur) de repassar recursos ao evento. O mesmo pedido já havia sido feito em 2018. Contudo, a prestação de contas foi feita às pressas e a extinta Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte liberou a verba.

Contudo, as investigações continuaram, e o Ministério Público voltou a questionar irregularidades nas prestações de serviços e orçamentos do evento. De acordo com o processo do TCE, os repasses questionados correspondem a R$ 700 mil no total. Desses, R$ 400 mil em 2017, na 35ª edição do evento, e R$ 300 mil em 2018, na 36ª edição.

O congresso é um dos maiores eventos evangélicos do país, atraindo mais de 100 mil pessoas para a cidade de Camboriú. Com isso, os organizadores recebiam apoio do Turismo.