O Ministério Público do Estado de São Paulo abriu um inquérito civil para investigar dois coronéis da Polícia Militar paulista. Eles divulgaram mensagens nas redes sociais convocando PMs a aderirem aos atos golpistas planejados pelo presidente Jair Bolsonaro, que devem ocorrer em 7 de setembro, no Dia da Independência.
Aleksander Lacerda, exonerado pelo governador João Doria (PSDB) do posto de comandante do CPI-7 (Região de Sorocaba), e Ricardo Nascimento de Mello Araújo, já na reserva e presidindo a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), que já comandou a Rota, um batalhão de choque que constitui a elite da corporação, serão investigados por tomarem partido de causas políticas, o que é expressamente proibido pela legislação brasileira, tanto para militares da União quanto para os estaduais.
No caso de Lacerda, o inquérito aberto pelo MP será a segunda investigação direcionada a ele. As ações do oficial já estão sendo apuradas pela Corregedoria da PM, por determinação do Comando-geral e do governador João Doria, que assinou seu afastamento na tarde de segunda-feira (23).
Os casos de PMs engajados no planejamento e organização de atos que ameaçam a ordem institucional do Estado brasileiro, estimulados pela verve autoritária de Jair Bolsonaro, vêm se multiplicando pelo país. Oficias de vários estados são apontados nas redes sociais como líderes de caravanas e excursões que pretendem levar militares para Brasília no próximo feriado nacional, onde um ato para ameaçar o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional deve ser conduzido pelo presidente da República.