MST vai ao STJ para suspender despejo em Minas

Em meio à pandemia do novo coronavírus, 450 famílias sofrem ameaça de ficarem desabrigadas

Trabalhadores exibem faixa de resistência ao despejo Reprodução/MST
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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) entrou nesta quinta-feira (13) com um pedido no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para reverter a ordem de despejo de um acampamento do movimento em Campo do Meio, município do Sul de Minas Gerais.

A ordem foi dada em meio à pandemia do novo coronavírus, o que deixaria desabrigadas as cerca de 450 famílias que vivem no Quilombo Campo Grande.

O governador de Minas, Romeu Zema (Novo), havia usado a PM para retirar os acampados em uma ação que começou na madrugada da quarta-feira (12). A truculência chamou a atenção de vários deputados estaduais e movimentos sociais e pegou mal para o governador.

Depois de uma mobilização que levou a tag #ZemaCovarde ao topo do Twitter, o governador recuou e, em nota divulgada na tarde da quarta-feira (12), anunciou que tinha mandado suspender o despejo.

Na terça-feira (11), véspera da desocupação, diversas instituições ligadas à defesa dos direitos humanos haviam enviado uma solicitação ao presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, Gilson Soares Lemes, para impedir a ação – o que não foi cumprido.

Quilombo Campo Grande

O acampamento Quilombo Campo Grande foi erguido há mais de 20 anos nas terras da antiga Usina Ariadnópolis, que pertencia à Companhia Agropecuária Irmãos Azevedo (Capia) e faliu no final da década de 1990. Parte dos antigos trabalhadores da usina, que ficaram sem indenização após a falência da empresa, hoje integram o acampamento. A área de aproximadamente 4 mil hectares ficou degradada depois da falência da usina, por causa do monocultivo de cana-de-açúcar. Com a ocupação do MST, o local ganhou plantações de café, milho e hortaliças, além da criação de galinhas.

https://twitter.com/MST_Oficial/status/1293909940591923209