Mulheres estão praticamente fora da política na região mais desenvolvida do país

Apenas 8% dos municípios da Grande São Paulo têm mulheres nas suas Câmaras. A proporção é menor do que a média nacional, que é de 13%

Foto: Vote Nelas
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Dos 39 municípios da Grande São Paulo, 12 não elegeram nenhuma mulher para os legislativos em 2016. Das 664 cadeiras existentes nas Câmaras Municipais da região, apenas 56 (8%) foram ocupadas por mulheres. A proporção é menor do que a média nacional, que é de 13%.

A situação mais gritante é a da cidade de Cotia. A última vez que o município elegeu mulheres vereadoras foi em 1982. Naquele ano, foram eleitas Gilda Pompeia (então no PMDB) e Sonya Gaioto (PT). De lá pra cá, nunca mais.

Já no ABC Paulista, quatro cidades não têm mulheres no Legislativo. No caso de São Bernardo do Campo, por exemplo, a vereadora e candidata à reeleição Ana Nice Martins (PT) é a única mulher a ocupar uma das 28 cadeiras da Câmara Municipal.

Taboão da Serra é a única cidade que foge à regra. A Câmara Municipal é composta por 13 vereadores, sendo 4 mulheres (30,8%): Érica Franquini (PSDB), Rita de Cássia (PSDB), Priscila Sampaio (Republicanos) e Joice Silva (PTB), que foi também a primeira mulher presidente da Câmara da cidade.

No caso do comando das prefeituras, a situação não muda. São 3 prefeitas nas 39 cidades: Renata Sene (Republicanos) em Francisco Morato, Fábia Porto (Republicanos) em Santa Isabel, e Maria Lucia em Embu Guaçu (PSB), que desistiu de disputar a reeleição.

Vote Nelas

O coletivo Vote Nelas é um dos mais significativos movimentos que apoia candidatas mulheres de forma suprapartidária. O movimento luta por mais mulheres na política, com representação no Congresso e na Assembleia Legislativa.

A jornalista, ativista e co-fundadora do Vote Nelas lembra em artigo publicado na Fórum no último dia 8 de março, que “a primeira vez que uma mulher votou no Brasil foi em 1880. A dentista Isabel de Mattos Dillon foi a pioneira, que aproveitou uma brecha da Lei Saraiva, na legislação brasileira”.

Ela questiona ainda: “somos 52% da população e mães de todo o resto. Por que tão pouca representatividade nas câmaras, assembleias e no Congresso?”

Leia o artigo completo aqui.

O levantamento é da Folha de S.Paulo. Leia a matéria completa aqui