Na contramão do planeta, Brasil abandona Educação durante pandemia

Ex-ministro da área, Fernando Haddad, comentou estudo feito pela OCDE: “Erro que vai nos custar caro!”

Jair Bolsonaro e Milton Ribeiro, ministro da Educação (Reprodução)
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De acordo com relatório da Education at a Glance 2021, feito pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), divulgado na manhã desta quinta-feira (16), o Brasil é um dos poucos países do mundo que não aumentaram recursos para a Educação durante a pandemia do coronavírus, com o objetivo de reduzir prejuízos com aprendizagem e enfrentar os desafios do período.

O ex-ministro da Educação, Fernando Haddad (PT-SP), retuitou o estudo e comentou: “Erro que vai nos custar caro!”

https://twitter.com/Haddad_Fernando/status/1438457919813599235

Entre 65% e 78% das nações do planeta elevaram o orçamento para ao menos alguma das etapas da educação básica. O Brasil não destinou, no período, nem um centavo a mais de recursos para nenhum segmento do ensino.

De acordo com o documento, antes da pandemia, o Brasil usava 4% de seu PIB no ensino básico, da educação infantil ao ensino técnico.

Na contramão em relação a outros lugares, o percentual não foi alterado em 2020 nem em 2021 para fornecer mais recursos às escolas para que pudessem enfrentar os prejuízos provocados pela crise sanitária.

Se for levado em conta apenas o orçamento do MEC, o gasto em educação básica em 2020 foi o menor da década. A pasta dispôs de um orçamento de R$ 48,2 bilhões na educação básica no ano passado. O valor é 10,2% menor do que em 2019 e o menor desde 2010. O valor pago efetivamente foi de R$ 32,5 bilhões.

O relatório conclui ainda que os impactos da pandemia na economia levantam preocupações entre os jovens adultos, especialmente entre aqueles que abandonaram os estudos nesse período.

No Brasil, a taxa de desemprego de pessoas de 25 a 34 anos que não concluíram o ensino médio foi de 17,8% em 2020 —três pontos percentuais a mais do que no ano anterior.

A média brasileira é superior à dos países da OCDE, que foi de 15,1% no ano passado.

Com informações da Folha