"Não adianta mentir”, diz Flávio Dino sobre discurso de Bolsonaro na ONU

Além de minimizar as queimadas florestais, Bolsonaro mentiu sobre o auxílio-emergencial. "Deslealdade absurda", diz o governador do Maranhão

Flávio Dino, governador do Maranhão (Foto: Divulgação)
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O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), criticou o discurso do presidente Jair Bolsonaro na 75ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (22), e disse que não adianta o ex-capitão "mentir" sobre os incêndios florestais. Para ele, entretanto, fala foi uma "deslealdade absurda".

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“Não se coloca incêndio debaixo do tapete. Incêndio a gente apaga. Não adianta mentir, é feio e aprendemos desde criança. Não adianta qualquer líder brasileiro comparecer a fórum internacional e mentir. Temos que defender o Brasil, nossos produtos e nossa economia”, disse Dino durante a abertura do 21º Fórum de Governadores da Amazônia Legal, evento que ocorria ao mesmo tempo em que Bolsonaro discursava na ONU.

Nas redes sociais, o governador do Maranhão também criticou o presidente e destacou os ataques na fala do mesmo aos governadores, imprensa e Judiciário. "Deslealdade absurda e inédita para um Chefe de Estado", disse o governador. "Discurso impatriótico, não convence e enfraquece ainda mais o Brasil no mundo", completou.

O presidente iniciou seu discurso na abertura da Assembleia Geral culpando o Judiciário, governadores e imprensa pela crise econômica durante a pandemia do coronavírus. "Por decisão judicial, as orientações de isolamento e liberdade foram delegadas aos estados. Segmentos da imprensa politizaram o vírus espalhando pânico no país com o discurso do ‘fique em casa'”, criticou o presidente.

Bolsonaro ainda mentiu ao dizer que concedeu auxílio-emergencial de aproximadamente “1 mil dólares para 65 milhões de famílias”. O valor do dólar atualmente é de R$ 5,42, ou seja, cada família deveria ter recebido em média R$ 5.420 do governo. O benefício, no entanto, é de R$ 600 a R$ 1.200, pago até então em quatro parcelas. Com isso, a média total dos pagamentos não chega a 500 dólares.

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