"Não existe qualquer medicação milagrosa", diz diretor da Prevent, que nega estudo

Em depoimento à CPI, Pedro Benedito Batista Júnior disse "nunca foi um estudo essa observação dos 630 pacientes" e contrariou tese de Bolsonaro sobre a cloroquina

Diretor-executivo da operadora de saúde Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
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Em depoimento à CPI da Covid nesta quarta-feira (22), o diretor-executivo da operadora de saúde Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, negou que tenha havido estudo sobre o uso do chamado "kit Covid" em pacientes do Hospital Sancta Maggiore Dubai, controlado pela empresa.

Indagado pelo relator da CPI, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) sobre os motivos do estudo patrocinado pela Prevent Sênior ter sido desacreditado pela comunidade científica, Batista Júnior negou que houvesse qualquer tipo de pesquisa.

"Porque não foi publicado e nunca foi um estudo essa observação dos 630 pacientes. Por isso foi desacreditado", disse o diretor da rede médica, investigada por denúncias de que teria assediado pacientes para aceitar o tratamento em um estudo para apoiar teses bolsonaristas sobre medicamentos sem comprovação científica.

Perguntado sobre a causa morte do médico pediatra Anthony Wong, defensor da cloroquina e da ivermectina e que teria morrido de Covid-19, Batista Júnior disse que não comenta tratamentos de seus pacientes.

Em seguida, o médico ainda firmou ser contrário à tese de Bolsonaro sobre o uso de cloroquina, dizendo que "não existe qualquer medicação milagrosa" para a Covid.

"A minha observação em relação a qualquer tratamento precoce, senador, é que não existe qualquer medicação milagrosa, como todos nós já sabemos", afirmou.

Confrontado se a posição dele difere da de Jair Bolsonaro por Renan Calheiros, o diretor da Prevent enfatizou: "Sim, dentro dessa situação de 100% [de eficácia] qualquer manifestação deve ser contrariada".

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