“Não há mais liberdade no país”, lamenta Bolsonaro após críticas sobre uso do termo “paraíba”

Presidente disse que não vai admitir que governadores do Maranhão e da Paraíba “façam politicalha perante a minha pessoa”

Foto: Alan Santos/PR
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Em sua segunda passagem pelo Nordeste em menos de um mês, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a criticar o “politicamente incorreto” e lamentou não poder fazer piadas sobre os cidadãos de diferentes estados brasileiros. “Não há mais liberdade no país”, afirmou o presidente em Sobradinho (a 602 km de Salvador), nesta segunda-feira (5). “A gente não pode mais contar uma piada. Não posso nem contar piada de cabeçudo, de goiano, de gaúcho, de cearense cabra da peste. Não há mais liberdade neste país. Tudo é politicamente correto”, disse. O presidente foi à Bahia inaugurar a primeira etapa da Usina Solar Flutuante, erguida pela Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco) em Sobradinho. Orçado em R$ 55 milhões, a usina possui 3.792 painéis solares e potência instalada de um megawatt pico. O projeto foi licitado na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e iniciado no governo Michel Temer (MDB). Na ocasião Bolsonaro voltou a negar que tenha se referido aos governadores nordestinos como “paraíbas”. Disse que fez críticas específicas aos governadores do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) e da Paraíba, João Azevêdo (PSB), mas afirmou que não vai penalizar os estados. A fala de Bolsonaro em relação aos governadores gerou uma reação imediata. Na carta os governadores dos nove estados do Nordeste dizem que receberam com espanto a manifestação do presidente e que esperam respeito ao pacto federativo, onde é exigido que os governos mantenham diálogos e convergências, a fim de que metas administrativas sejam concretizadas. “Independentemente de suas opiniões pessoais, o presidente da República não pode determinar perseguição contra um ente da Federação”, afirmou Flávio Dino. “Seja o Maranhão ou a Paraíba ou qualquer outro Estado. “Não tem que ter nada para esse cara” é uma orientação administrativa gravemente ilegal”, afirmou.